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Artigos-->NOBEL 2009 - HERTA MÜLLER -- 15/10/2009 - 21:31 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOBEL 2009: HERTA MÜLLER



Francisco Miguel de Moura – Escritor, Membro da Academia Piauiense de Letras





Prêmio cobiçadíssimo. Mas houve alguns que ganharam, mas não quiseram receber, num ato estranho de humildade, num mundo em que o Deus de tudo passou a ser moeda, dinheiro. Neste último caso não está a ganhadora do Nobel de Literatura deste ano. Quantas mulheres já ganharam o Nobel de Literatura? Tinham sido 11. Com ela, apenas uma dúzia de escritoras mereceu. São poucas. Herta Müller (56 anos) é a mais recente, a deste ano, escritora pouco conhecida entre nós. Ao que foi noticiado, somente dois livros dela circularam no Brasil, em língua portuguesa: “O compromisso”, Editora Globo, e “O homem é um grande faisão sobre a Terra”, em edição portuguesa.

Uma coisa que admira muito aos comentaristas é que há poucos dias ela tinha recebido outro prêmio, por uma entidade que trabalha pela Paz Mundial, reconhecendo a sua obra literária como verdadeiramente humanística Certamente os julgadores do Nobel não sabiam que ela iria receber esta outra comenda. Assim, quando recebeu a notícia da Estocolmo, Suécia, Herta Müller não acreditou. E até hoje não acredita ainda. Fica perguntando a si mesma: Por quê?

Mas se nos detivermos alguns minutos sobre sua vida, jamais duvidaremos do seu mérito. Ela nasceu na Romênia, em 1953, filha de fazendeiros pertencentes a uma minoria que falava alemão. Ela, consequentemente, formou-se em estudos alemães e literatura alemã. Fala e escreve na língua de Goethe. Em 1976 já é professora e tradutora de alemão. Dada a sua origem, embora falando romeno, adotou o alemão como escritora. Em 1982, publicou seu primeiro livro, contos, denominado “Niederungen”, escrito em alemão, porém censurado na Romênia, onde morava. Como muitos outros da sua época, em virtude da revolução comunista que ainda rolava por lá. Entretanto, em 1984, o livro foi publicado na íntegra, na Alemanha, e fez sucesso. Porém, Herta Muller só emigrou em 1984, isto é, depois da queda do ditador Nicolau Ceausescu. E, assim, com liberdade para o estudo e a escrita, nos anos 1990, na Alemanha, pôde escrever romances, poesias e ensaios, num total de quase 20 obras. No seu mais recente livro, “Atemschaukel”, 2009, dá mais atenção a seu trabalho de pesquisa e estilo, ao persistir no tema do exílio dos romenos de língua germânica, na União Soviética. Baseada na experiência vivida por sua mãe em um campo de trabalho forçado soviético depois da Segunda Guerra Mundial, por seu pai ter pertencido a Waffen-SS, a tropa de elite de Hitler.

Além do prêmio de US$ l, 4 milhão que vai receber em Estocolomo, no dia 10 de dezembro, data da morte de Alfred Nobel (1896), também receberá uma medalha de ouro e o convite para fazer uma palestra na sede da Academia Sueca, patrocinadora do Nobel. No mesmo dia e hora, receberão o prêmio também os ganhadores de medicina, química, física e economia.

Segundo declarou o Secretário permanente da Academia Sueca, Peter Englund, no dia 08/10/2009, “Herta Müller consegue com a concentração da poesia e franqueza da prosa desenhar a paisagem dos despossuídos.”.

E o Nobel, como grande prêmio de Literatura no mundo, tem sido um prêmio, de certa forma, político. O deste ano contemplou praticamente só estadunidenses, pois apenas 4 não tem essa nacionalidade.

O Brasil esperará muito tempo a tê-lo, mesmo que seus escritores venham a ser os melhores do mundo. E por que Saramago recebeu há algum tempo? Ora, “Portugal é um jardim à beira-mar plantado”, mas não só isto: Ele nunca deixou de ser um protetorado do Reino de Inglaterra. Por isto se explica.

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