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Poesias-->MENOR INFRATOR -- 19/07/2000 - 18:17 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nasceste bebê, como em qualquer lar.

Tiveste amor, tiveste braços a te embalar o berço.

Tiveste amigos, tiveste a quem amar,

Tiveste até quem te rezasse o terço.





Quando em sorrisos e brincadeiras

Descansei minhas preocupações,

Te pensava um futuro mais lindo,

Escolhia tuas profissões.





Talvez eu tenha imaginado

Que meu coração bastasse...

Ou que tantas noites em claro

Algo de bom me creditasse.





Queria voltar ao passado,

Que tudo fosse como antes,

Mas em braços atraentes

Abandonaste tua sina

E teus olhos se perderam

De meus olhos vigilantes.





Exemplos, incentivos, dedicação

Não foram suficientes,

Não satisfizeram tuas necessidades

E em anseios de liberdade,

Na afirmação do próprio eu,

Enveredaste por atalhos de trevas,

Viajando na amargura e no breu.





Menino de calças curtas

Que brincava na avenida

Hoje freqüenta outros grupos

Hoje não solta mais pipa.





Entre fugas e esconderijos

Nas mais estranhas missões

Ainda procuras as lajes,

Mas lá, só soltas rojões.





Incontáveis dias de agonia.

Movimento estranho, noites de sobressalto,

Para ouvir dizer que, de arma em punho,

Outro dia participaste de um assalto.





Insistes em magoar teu corpo

Tantas vezes por mim acalentado.

Nem percebes que não quero troco

E que por ti me teria trocado.





Agora que o destino fez surpresa,

Entortou teu rumo, te afastou de mim,

Aguardo o desfecho na incerteza

E rogo pra que logo chegue teu fim.



Lílian Maial



29/05/00.

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