A pedido de um amigo
Venho fazer mais cordel
A ele me acostumei
Na doçura e certo “fel”
Tem estrofes de rompante
E de estilo interessante
Palavreado a granel...
Não há ordem nem censura
Fala-se aqui o que quer
E isso é a “lei da Usina”:
Cadastra-se quem quiser
Já diz um velho ditado”:
“Mude-se o incomodado”
Ou quem detesta mulher!
Quem disse “Aqui tem de tudo”
Frase correta e astuta:
Juiz, réu e condenado;
Tem até “Filho-da-Puta!”
Tem traveco disfarçado
E tanto asno porrado
Também tem gente impoluta...
Gente que escreve ligeiro
Gente que atravessa a rima
Gente que “chove e não molha”
Gente debaixo e de cima
Gente que pensa que é “gente”
Mas no fundo é indigente
Quando escreve sai do “clima”!
Há os que põem fogo na lenha
Depois voltam pra soprar
Dando uma de anjinho
Sem ter asas pra voar
É coisa de contumaz
Há quem grite pela paz
Com carabina a apontar
Como em tudo há exceção
No seu verso eu adivinho
Tem um cabra aqui tão bom
Não se perde no caminho
Ele já disse e é fato:
“Pra todo velho sapato,
Tem um pé que dá certinho!"