Clic"ali==>>> A tese da Perversidade
O crítico explicava:
a presunção é legal,
base de quem governava
era bem eleitoral.
Maioria de votantes
o governo escolhia,
mas, de modos cabrestantes,
votando à revelia.
Tendo olhos para ver,
via logo que a base
"é pra inglês perceber
a mentira nesta fase."
Os amigos reunidos
faziam candidatura
de um dos seus protegidos,
com uma propositura.
Assim, tal miniatura
chega ao Poder impondo,
desde a investidura,
sua vontade "al mondo".
Minoria planejada
e maioria confusa.
Uma, bem organizada,
que a outra muito usa.
E as instituições,
vistas como impotentes,
causam muitas decepções
a democráticas gentes.
Outros as viam assim:
perigosas, agourentas,
as massas têm, no fim,
o Poder em mãos cruentas.
Uns desprezam eleição
como fator de mudança,
Outros temem o povão,
Estado sem segurança.
No fundo não se diferem.
Chamam futilidade
às mudanças que querem
promover a liberdade,
além de perversidade
preverem, pra qualquer fim
que mude mentalidade,
onde haja um festim.
Os candidatos fajutos,
com seus maus procedimentos,
desanimam os argutos,
provocam abjuramentos.
Teste sobre alfabeto
pra alguém poder votar
não recebia veto,
a fim de feudos castrar.
Tanto na democracia,
máquina que espolia,
como qualquer outro "ia",
o regime propicia
entre classes uma luta
pela apropriação
da riqueza, e disputa
com quem deu a produção.
Quando a elite vem
ao Poder, por eleição,
ela raiz nunca tem,
maior espoliação.
Se ela berço tivesse,
hereditariedade,
ou cooptação fizesse,
teria legitimidade.
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