As pedradas são os vincos na minha testa
Nas estradas o pó cozinha o céu
O urubu descendo até o ninho
Abocanha o pássaro dos meus olhos
Coruja que enseba a ponta do galho
Me diz que a carniça está na tua boca
Os visgos na tua garganta
Dilatam as feridas no meu peito
Cruza o vento uma pedrada no teu ventre
E o passarinho que ofegante paira
No chão de terra pisada estrebucha
E com ele uma fervura no buraco
Do teu lençol ensangüentado