CRISTIANISMO

Padre João Modesti



Quando alguém lê com atenção a história da humanidade, principalmente o período antes de Cristo, fica assustado como eram as relações entre as pessoas e os povos.



Realizava-se o que mais tarde vai dizer o filósofo inglês: “Homo homini lupus” (o homem é o lobo para outro homem). O que dominava era a força bruta, o dinheiro, a fraude, a mentira, a calúnia, a devassidão e assim para frente.



Veio o Cristo. Seu plano era a mudança de tudo isso. A fraternidade universal. Todos os homens seriam irmãos, cada um fazendo ao outro o que quisera que lhe fizesse. Foi a luz que partindo de Belém, iluminou a pouco e pouco todo o mundo conhecido. Era para muita gente uma doutrina difícil de ser aplicada e o é ainda hoje; porém é a única coisa que realmente pode trazer a felicidade tão almejada pela humanidade.



Não há duvidas que em nossos dias há coisas piores do que aquelas de antes da vida do Cristo. Mas tudo isto porque os homens preferem escutar a voz do próprio instinto à voz do Salvador do mundo.



O cristianismo defende a paz e os homens preferem a violência; o cristianismo defende a virtude mas o egoísmo e o vício preferem destruí-la; o cristianismo quer que todos nos consideremos irmãos e filhos do mesmo Pai celeste, mas a maldade humana quer aproveitar do próximo para satisfazer seus caprichos e vícios. Há mais maldade no mundo, máxime nas grandes cidades, do que bondade, embora a maioria se professem cristãos (até os bandidos e assassinos).



Mas a culpa disso é um cristianismo de fachada e de estatística e não aquele que o Cristo e a Igreja sempre pregaram e quantas pessoas o praticaram e são os grandes benfeitores da humanidade, os santos. E aqui temos uma vez mais a estupidez humana agindo.



Quantas vezes as autoridades sabendo que a doutrina do Cristo poderia trazer a felicidade a um povo, procuram fazer leis ou permitir outras coisas que contradizem, quando não tentam destruí-la. Daí a liberdade de costumes, negação da fraternidade, leis draconianas para quem quer viver como o Cristo ensinou. E isso com a esfarrapada desculpa que a liberdade está acima de tudo, até do próprio Deus. ( É proibido proibir). E dizem que fazem isso para o bem do povo de quem se julgam legítimos representantes. Pobre povo, o sempre burro de carga.



Diziam os antigos: “Quam parva scientia gubernat mundum” (que sabedoria mesquinha governa o mundo). Isso, podemos dizer, sem medo de errar, que existe em toda parte, também na nossa pátria. Pergunta-se com razão: Valeu o martírio daquele Homem-Deus para ver sua doutrina ridicularizada nos meios de comunicação e desprezada por tantas pessoas que estão revestidas de autoridade?





Padre João Modesti (1919-2005), Sacerdote Salesiano, professor de Física, Química e Matemática; Psicólogo doutorado pela Universidade Salesiana de Roma; autor com variada produção literária para cursos secundários e superior, de índole filosófica-religiosa.





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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”



LUIZ ROBERTO TURATTI.