Adriana havia partido de sua cidade natal aos doze anos. Foi morar no Rio, onde cresceu, casou-se e teve um filho. Depois do divórcio voltou à sua terra e já havia se passado vinte e cinco anos.
A nostalgia abateu-se sobre ela ao passar pelas ruas onde brincara e a escola onde fizera suas gandes amizades. Resolveu, então, resgatar parte de sua vida, decidindo procurar pelos amigos de infãncia. Claro que, provavelmente, nada seria mais igual, mas tal atitude poderia uní-la ao passado assim como a todos aqueles que ela reencontrasse.
Começou pelas listas telefônicas, depois com endereços antigos e outras atitudes de resgate, mas tudo sem sucesso.
Sua mãe, grande fisionomista, certo dia em um hospital, reconheceu a mãe de uma das amigas procuradas. Após confirmar a maternidade de quem procurava, conseguiu o telefone da mais íntima amiga de Adriana da época e o mais interessante, justamente esta amiga encontrava-se numa cidade no lado oposto do país onde estava Adriana.
Parecia um milagre, reencontrar justamente a que mais intencionava achar e, justamente, a que mais distante se encontrava.
Foram muitas as tentativas de contato frustradas, pois a amiga viajava muito e nunca conincidia de encontrá-la, mas, sem que Adriana soubesse, sua amiga, Rose, há muito já sabia de suas buscas, pois fora avisada por sua mãe. Resolveu, então, retribuir tanto esforço desprendido pela amiga indo ao seu encontro durante suas férias, sem que Adriana ao menos desconfiasse.
Numa tarde bateu à porta de Adriana alguém não esperado. Era Rose, mas pensava esta em como explicar quem era, visto já se passarem vinte e cinco anos e, certamente as aparências haviam mudado.
A porta abriu-se, Adriana deparou-se com Rose depois de vinte e cinco anos e nada precisou ser dito. Abraçaram-se por muito tempo, talvez para compensar a distância.
A única coisa dita naquele instante por Adriana, foi: - eu sempre soube que a nossa amizade era mais forte que o tempo. |
