O Senado Federal é repleto de servidores de alto calibre, que se debruçam sobre os mais diversos e complexos assuntos, e se saem muito bem, corrigindo falhas e apresentando novas sugestões. Afinal, ali estão os orientadores das leis que regem o nosso Brasil.
Já os vi se reunirem para colher agasalhos, brinquedos e cestas básicas para distribuir aos mais necessitados. Agora, eles estão envoltos em uma causa que diz respeito a todos nós, adultos ou crianças, pobres ou ricos: o meio ambiente. É o programa Senado Verde, que, aliás, deveria ter presença obrigatória na cerimônia de posse dos novos servidores e senadores.
Apesar do pouco tempo de existência, o Senado Verde já se destaca pela adoção de algumas medidas, como: o uso de novas tecnologias para economizar água, luz e energia; a digitalização eletrônica da ordem do dia; a coleta seletiva do lixo; o uso do biodiesel e a manutenção permanente da frota de veículos do Senado; a transformação do lixo orgânico em adubo; e os programas e dicas sobre ecologia nos veículos de comunicação da Casa .
Este é um programa que não tem prazo para acabar. Diferentemente de um projeto de lei, o Senado Verde não deve respeitar regimentos, regulamentos nem a vontade dos administradores da Casa. Ele é um programa para caminhar independente, ad eternum. Quem determina o fim e o modus operandi do Senado Verde é o meio ambiente.
Ser Verde não é cuidar apenas das árvores. É também disciplinar a campainha do plenário para que toque apenas os 10 minutos estabelecidos no Regimento – atualmente, ela toca por horas a fio, causando uma grande poluição sonora nos corredores; é convencer os servidores que não devemos desperdiçar energia elétrica e explicar que muitos reais foram gastos nos fios e postes que as trazem da hidrelétrica de Itaipu, no Paraná.
O Senado Verde já é grande, mas pode crescer muito mais se ele mostrar a todos os frequentadores do Senado que aqui não desperdiçamos água; se ele convencer a administração da Casa que é melhor para o meio ambiente e para a saúde dos servidores que o Senado adote novamente ônibus para buscar e levar seus funcionários e que é melhor substituir a Usina Elétrica por energia renovável; se ele adotar uma política de conscientização e comprometimento de todos os funcionários sobre o uso dos materiais descartáveis, papéis e seleção do lixo.
A elaboração e discussão das leis tem um caráter temporário enquanto o assunto estiver em pauta. Depois da votação o projeto vai para o arquivo ou sanção do Presidente da República. Servidores e senadores também somos temporários. Dividimos nossas alegrias e tristezas e mesmo sabendo que somos temporários nunca nos acostumamos com as despedidas. O Senado Verde não é um programa eventual, casuístico ou temporário. Ele é pra sempre!
