Até estes dias, quando em reuniões com os amigos, ainda consigo chamar a atenção dos mesmos apelando para um determinado sucesso musical dos anos setenta. Óbvio que tal sucesso se prendia ao nosso círculo de amizades.
Defendido por aquele que penso ser o autor, o "Hippie" , como Maurício, ficou conhecido ali no conjunto da Light, na Estrada Velha da Pavuna.
Mas a letra era super badalada e não deixávamos de explicar aos finais de apresentação a intensa pesquisa que abrangia as áreas de biologia, nutricionismo, fauna, esporte, psicologia e medicina, não deixando de lado o lirismo e é claro, um toque do amor.
Sim, realmente não fora uma letra sem pretensões, o autor conseguiu selecionar e dosar os ingredientes corretamente para chegar ao produto final como apresento a seguir:
Rã
É comida de cobra!
É comida de cobra!
É a rã
Rã
É comida de cobra!
É comida de cobra!
É a rã
A rã vinha nadando,
Muito feliz e a cobra apareceu,
E você sabe o que aconteceu? ( Pausa para causar suspense )
A rã a cobra comeu! Castro Alves meu bem!
Diga se de passagem que a primeira estrofe era repetida inúmeras vezes na tentativa de fazer hora com os atentos ouvintes.
E encerrando a prosa acredito que vocês devam estar a se perguntar:
- Por onde anda todo o estudo mencionado, cadê a pesquisa?
E nós, sorrateiramente, respondíamos:
- Está na profundidade do conteúdo, na pura filosofia do texto. E a propósito, Castro Alves era fã incondicional de um bom caldo de rã, devido as suas propriedades medicinais. Assim dizíamos!
Havia também, mediante a colocação de uma vírgula em local apropriado, o questionamento sobre quem comeu quem? A cobra comeu a rã ou a história seria inversa? E assim nos divertíamos, quer dizer, volta e meia, ainda me divirto. Coisas lá do Maurício.