Cobre a cara do dragão
uma nuvem e um senão,
uma ruga na expressão
bem na testa
funda à beça,
sinal de preocupação.
O dragão quer dançar
uma valsa no salão,
mas valsa é dança
especial, que ninguém
quer dançar só
tem que ter um par
e o dragão não tem
ninguém
─ é sozinho que
só vendo.
Ele fica, então, sentado
nos degraus gelados
de um casarão do Pacaembu
chorando lágrimas quentes
─ coitadinho ─
ao som do
Danúbio Azul.