Cerram-se as janelas.
Através delas, um mundo que
A minha imaginação fremente
Busca, afoitamente, desvendar.
Posto-me à espreita...talvez
Na janela em que vislumbro uma
Sutil luzinha, sejam amantes
Em lua-de-mel, desvendando-se
Entre lençóis de linho.
Pode porém ser um menino febril
E a mãe gentil, ansiosa, com
O peito a corroer, espera, à borda
Da cama, a febre maliciosa ceder.
Tenho que saber, faz parte de mim
Desvelar cortinas,
Iromper a quietude...
Entrever na negritude a brancura
Que adormeceu, a ilusão que o dia
Financia, a hipocrisia que o sol
Na sua magnitude permitiu.
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