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Cronicas-->Outras da Delegacia de Polícia -- 23/06/2002 - 17:22 (Leonardo de Oliveira Teixeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Outras da Delegacia de Polícia *

Leonardo Teixeira


Quem pensa que ambiente pesado e trabalho árduo são as únicas essências de uma Delegacia de Polícia, está muito enganado. Volta e meia, a torneira do mundo deixa pingar figuras humanas estranhas, umas hilárias, outras bizarras. Muitas vezes, uma vítima humilde não sabe o próprio nome completo, muito menos idade, data de nascimento, residência e derivados. Se for preciso assinar, esqueça a caneta, busque a almofada de um carimbo. Triste realidade, mas - rimando - cruel verdade.

Numa delegacia deste Estado, sempre comparece um senhor idoso, que se denomina "General da Aviação Montada", usando uma boina da Polícia Militar com arames e outros decalques ilustrativos que, provavelmente, nem o Instituto Histórico Goiano possui um exemplar. Trajando panos que mais parecem trapos, a tarefa deste homem é perambular pela cidade, fazendo rabiscos desfigurados em papéis imundos, dizendo ser um "aplicador de multas aos veículos irregulares". Os policiais geralmente recebem o "auto de infração", cumprindo o dever.

Certa vez, um lavrador chegou gritando na delegacia, dizendo que estava com muita dor, necessitando de um policial que lhe retirasse "umas flêrpas em baixo de suas zunhas". Os servidores (que maldade!) ficaram indicando os nomes dos outros colegas, "especialistas e tiradores de flêrpas", para resolver o problema. Pelo menos o homem foi conduzido até o posto de saúde, após os risos dos colegas. No mesmo dia, um louco, também assíduo, chegou para cumprir o seu costume mensal, gesticulando e dizendo sons ininteligíveis e, antes da resposta do plantonista, ele já saiu correndo e comemorando, como se visse a nossa seleção na final de 1994. Ninguém imagina o motivo da comemoração; talvez seja pela falta de compreensão do plantonista.

Está achando tudo uma loucura? Então veja esta: uma senhora chegou apavorada, no meio da madrugada, solicitando um apoio policial para fazer um "flagrante em alguns alienígenas que espionavam as janelas de sua casa, observando o sono dos humanos". Você os colocaria nas celas especiais para extraterrestres? Ou ficaria com medo de desrespeitar os direitos humanos e intergalácticos, previstos na nossa legislação espacial?

No mês passado, um advogado, que também é agente de proteção de menores, queria adentrar em uma festa particular, levando seis colegas - sem pagar nada -, e, quando foi impedido pelo comandante da Polícia Militar, o advogado queria prendê-lo por "desrespeito a autoridade". Às vezes, quem dá mais trabalho não é um "humilde por natureza".

Enquanto isso, continuamos a ouvir pessoas que querem "registrar uma corrença para assustar uma fóia de xeque". Vão precisar de muito susto e careta feia! Também continuamos a ler "por volta do horário sulpra sitado, o meliante já avia evacuado no local". Se errar é humano, e exagerar é mundano, então, talvez o homem sem um dicionário seja um profano, a não ser que a condição ruim lhe pegue por engano.


* Publicada no jornal O POPULAR no dia 23 de junho de 2002
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