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Artigos-->TRABALHO, O QUE É ISTO? -- 29/08/2009 - 13:32 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Francisco Miguel de Moura (Autor)*





Quando eu trabalhava no Banco do Brasil, fazia com gosto meu trabalho. Depois comecei a escrever artigos para os jornais e poesia para mim, e pensar se aquele trabalho era produtivo, que valor estava acrescentando ao mundo? “Juros e dividendos aos capitalistas banqueiros”. Eu ganhava pelos serviços prestados, mas o patrão levava a “mais-valia” cobrada de mim e dos tomadores de empréstimos. É isto que o sistema financeiro internacional faz: – não produz senão serviços e leva tudo para si, para a propriedade privada dos meios de produção.



Se “a propriedade privada é um roubo”, como disse Proudhon (e a “mais-valia” também o é) – o socialismo comunista incorporou-as ao seu sistema filosófico, tudo em nome do Estado, o novo sistema econômico, que, como qualquer sistema, é um conjunto ideológico, a maneira simbólico de o homem avaliar o mundo e criar valores. Os sistemas econômicos são hoje as ideologias que dominam o mundo civilizado, mais que as religiões. Eles dominam a ciência e a política. E há muitas ilusões na ciência econômica que acabam transformadas em mitos. Comecemos pelo par Capital x Trabalho. Qual o que vem primeiro? Antes de tudo, observe-se que não há capital sem trabalho, mas pode haver trabalho sem capital. O produto econômico é riqueza. E quem produz riqueza senão o trabalho? Primeiro, o trabalho: o capital chega depois. Não importa que digam que a natureza também é capital: – é outra ficção. Capital bruto não chega a ser riqueza. Trabalhar é criar vida, riqueza, dispêndio de energia que se transforma em produto. É essencial e o seu produto deveria ser voltado para quem o faz e não para os que apenas acumulam o resultado. O capital é acumulação de trabalho. O trabalho é usado para a acumulação através da “mais-valia”. Reina o silêncio sobre a distribuição aos verdadeiros donos, com salários condignos. Alguém já terá dito que um dia as máquinas trabalharão sozinhas e hão de produzir. Como, sozinhas? Não é possível. Haverá sempre o dedo do homem. Para chegar à máquina, o mundo trabalhou muito e ainda trabalha, máquinas e equipamentos custam (trabalho) ao sistema capitalista. A civilização caminhou, passou pela escravidão, pela servidão e chegou à “mais-valia”. Toda a ciência é construída com “mais-valia”, também as técnicas que a viabilizam. O homem não pode desvincular-se da natureza, mas sofrendo e pensando nos ventos e na chuva, nas secas e nos vulcões, nos tremores de terra, na fome e nas pestes, tudo isto o fez pensar na máquina, na tecnologia, desde a geladeira ao banco. E isto só se faz com acumulação. O trabalho não tem força para organizar-se por si mesmo; o capital tem. A “organização” é a força do capitalismo. Há outras forças que agem na sociedade: religião, política e governo. Trabalho é a força para produzir a subsistência, a sobrevida, É energia gasta, de onde a organização e o sistema tiram a “mais-valia”. No mundo já se quis contrapor outro sistema, em que os trabalhadores mandariam a si mesmos. Quem foi que disse que deu certo? O governo, o partido, os militares se substituíram pelos capitalistas privados.



O trabalho existe e os trabalhadores desde que o mundo civilizou-se, e até antes, pois os selvagens, os indígenas já com alguma cultura, trabalhavam para si, pescavam e caçavam para um dia ou para os próximos, e só. Outros serviços como a construção de casas e malocas eram trabalhos comunitários. Aliás, tribo é forma comunitária. Baseado nisto é que os socialistas, especialmente Marx, acreditavam na possibilidade de um sistema comunitário. E seria, mas, em pequena proporção, como eram as tribos. Crescendo vira estado. E todo estado é poder, é opressão. A tribo não é capitalista, mas lá existe o trabalho, um trabalho na natureza.

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Francisco Miguel de Moura*

e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

Escritor, membro da Iwa (Associação Internacional de Escritores

e Artistas - Toledo, OH, Estados Unidos)
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