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Contos-->Sinestesia -- 18/08/2002 - 05:23 (Maria Tamar T Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sinestesia



Tivera sempre uma vida sinestésica. Era sinestésica a forma de entender a vida. A infância fora visual, da adolescência recordava cheiros, mas a juventude... Ah, a juventude fora o crescente das sensações, o mergulho no entender pelo sentir, aspirar, sorver, enxergar!
Havia aquela colega da qual não conseguia lembrar o nome, porque tinha cara de buldogue, aquela outra, de passarinho, o professor, que parecia gravura de Jesus menino e outro que lhe lembrava um contador, mas aquele — o Lord inglês — Ah, aquele tinha um mistério que não se podia alcançar.
Nunca havia imaginado que o mar pudesse ser retido em um par de íris, que o céu ficasse preso, refém mesmo de um olhar! Mas teve esta absoluta e extasiante certeza naquela manhã fria e preguiçosa e carregou este conhecimento por toda a vida, sem jamais voltar a presenciar o fato, a não ser quando avistava o tal moço que nos dias frios usava um pulôver branco.
Uma brancura de neve, uma alvura de ferir os olhos, tão demasiadamente branco que forçoso era erguer o olhar e descansá-lo na imensidão azul-esverdeada que pairava inconteste acima do agasalho. E aquela duas tranças simétricas, paralelas, verticais? Pareciam duas pontes, colunas que ligavam a imensidão de um céu marítimo à terra firme, ao chão. E se por acaso o pensamento voava em desvario, podia se ter certeza que do pulôver elas fugiam e enlaçavam quem as olhava, afogando, submergindo.
E as tardes eram rosa. E o tom pela noite se estendia e o céu de estrelas bordadas cancelava qualquer prenúncio de dia. E isto acontecia sempre que uns olhos de fim de tarde sua cabeça recostavam naquela alvura macia.
Olhos de fim de tarde, cabelos de sedosos fios, eram pequenas manchas de mel na alvura do frio, e sobre aquela imensidão do celeste mar, fulvos raios luziam.
Mas o vento soprava sempre, carregando as folhas, secando as roupas, trocando as cores da vida. E o pulôver estendido no varal, dobrado no banco das lembranças, ia esgarçando os fios.
A roda do tempo girava e se sucediam os dias, as imensidões ficaram turvas mas não perderam o desafio. O fulvo tornou-se gris e outro, não Aznavour, cantava “She”, mas o coração persistia e ainda batia no compasso “He”.
Toda a tempestade tem bonança e a tarde ainda incendeia. A imensidão verde-azulada de estrela ainda ponteia quando os ventos da lembrança sopram as areias e duas tranças de um níveo pulôver convidam para a contradança. Esperanças? talvez!

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