As dobradiças
Pelo buraco disforme do metal
palpita a carne do mal.
Penumbras no quarto ao lado
é o que sinal do que acontece
no cotidiano que se esquece
para se recordar o que foi abandonado.
Trevas?... não, não é total.
O negrume passa pelo metal
e tinge o chão tranqüilo.
A sombra passeia nervosa
e, da janela, vejo dengosa
seu talhe em desalinho.
Mas, olha!... não, não adianta,
o lume diante da santa
num sopro morreu...
A paz interrompida
pela sombra despida
já no metal se perdeu.
Pezente.
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