Amigos ainda existem. São poucos, muito raros,
mas ainda existem amigos.
Minha irmã caçula, agora com um pé na porta do
céu e outro na terra, disse-me certa vez:
"Fico envaidecida quando te chamam de poeta,
de professor ou de mestre..."
Sem dúvida, minha amiga Ana, foi para esta
irmãzinha que luta contra um câncer generalizado,
que mandei cópia de teus comentários sobre o que escrevo em sites.
Eu guardo quase todos os comentários que recebo.
Guardarei com muito carinho, porque a eles se junta o eco
do coração da irmã caçula:
Poeta, professor, mestre...
Talvez não! - diz o vate para si mesmo -
Quem sabe...
Um amigo não vale mais do que tudo isto?
Recebi também comentários do tipo: “Vá estudar
mais! Você se mete a transmitir conhecimento,
sem ser detentor dele”.
Pobre alma, perdeu a oportunidade de conquistar
um amigo. E acabou por revelar pouco conhecimento
sobre crítica literária, visto que a crítica não
se destina ao autor, mas à obra.
A ofensa ao autor, revela enorme incapacidade
crítica,procedendo assim,especialmente, quando o ensaísta
se diz mestre em literatura, dá pena pensar como serão formados
seus discípulos.
P.S
Meu querido amigo e professor, fiquei emocionada com seu comentário, venho aqui aprender e saio enternecida, repleta, recebo muito mais do que mereço. Ter amigos como você é um enorme prazer. Diga a sua querida irmã que eu o encontrei no meio de tantas letras e quando dei por mim já estava tomada, embriagada por seus lindos textos. Fico imensamente feliz quando encontro "gente" de verdade, pessoas que vão além do sexo, da religião, da cor... pessoas que realmente olham com a alma e não somente com os olhos, pessoas que se doam por simples amizade, pessoas que compreendem o verdadeiro sentido do amor. Por isso tudo diga a sua irmã que eu o amo muito e admiro o professor que mora em você, se não fosse assim eu não teria aprendido tanto. Obrigado amigo.
Enviado por Ana Maria Carvalho - Recanto das Letras
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