Um folheto anunciando
Entregaram-me na esquina
O chamado de Domingos
Para entrar fazendo rima
Logo com verbo “trepar”?
Vou aqui anunciar:
Trepo... Mas saio de cima!
Tenho de falar também
Das chatices da Usina
Um de rir outro sem-graça
Ser alvo já virou sina
Desta musa-furacão
Que se derrete em vulcão
Quando trepa... Sai de cima!
Tem asno que muito escreve
Nem sabe a que se destina
Parece enguia no lodo
Ou um jumento de crina
Troca o céu pelo inferno
Primavera por inverno
Não trepa nem sai de cima!
O mais incrível de tudo
Aos pagantes da Usina
É ser alvo de piadas
De um despeitado sovina
Que não pára de mugir
Mas tem de nos engolir
Não trepa nem sai de cima!
Por aqui anda um diabo
Tem a Net por menina
Tem tanto pavor de Deus
Que o só o nome o azucrina
Tem um garfo por nariz
Tem olhos de chafariz
Não trepa e nunca está em cima!
Temos Zé Roberto Braz
Escritor de boa sina
Com jeito de melodia
Sua palavra fascina
Sendo pacífico e modesto
É por isso que eu atesto:
Não trepa nem sai de cima!
No total dos escritores
Há lista que não termina
É tanta gente de lavra
Só em pensar me alucina
Que o Waldomiro é legal
Neste site ele é “o tal”
Não trepa nem sai de cima!
Por Jorge Ribeiro Sales
Todos aqui têm estima
Nunca dele falam mal
É o amigão que me anima
Prometeu me visitar
E uma cachaça pagar
Não trepa nem sai de cima!
Hoje matei a saudade
De um cabra da perna fina
Piolho que é Tonho Brito
Nem lembra mais da menina
Às vezes dele preciso
Mas anda tão indeciso
Não trepa nem sai de cima!
Nesse trepa-trepa todo
Meu teclado virou ímã
Vou escrevendo sem parar
Com a idéia lá de cima
Um anjo traz a palavra
Eu rimo com minha lavra
Às vezes “trepo na rima”!
Se fosse citar a todos
Daqui de baixo até em cima
Não parava de escrever
Como arranjar tanta rima?
Aos amigos um abraço
Neste cordel que aqui traço
Pois trepo... Mas saio de cima!