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Contos-->O caçador de Ilusões - Parte II -- 17/08/2002 - 00:24 (Claudia O Hama) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Parte 2 - A desilusão


- Calau, você canta maravilhosamente! Cante mais para mim!
E Calau começava a cantar a música que Perso compunha. Com o passar dos dias, foi-se esquecendo novamente da velha amiga e conselheira, a sra. Prudência. A música de Perso começou a encantá-la num mágico envolvimento.

Um dia Perso não apareceu no bosque. Fazia parte de sua estratégia, para saber se Calau já estava cativa de sua vontade. Esta ficou triste com a ausência do amado, sim, pois já estava enamorada, a maluca. Sentiu-se muito só. Em sua tristeza, distraiu-se e comeu uma ilusão estragada. Pobrezinha, isto envenenou sua alma. Perdeu o bom senso e foi procurar Perso.

Procurou-o por vários lugares, e como geralmente quem procura o que quer, pode achar o que não quer, Calau descobriu algumas pistas do verdadeiro Perso, quem, sabemos nós, era realmente Taulo. Calau sentiu um calafrio, mas recusava-se a se desfazer do seu romance idealizado. Quando encontrou Perso, uns dias depois, fingiu nada saber, continuando a cantar e, doidivanas, resolveu dançar com ele.
Cantava num tom triste e dançava apaixonadamente, como se fosse a última vez que se viam. Sua tristeza confundia-se com sua alegria de uma maneira caótica. Perso pensou que era a saudade e ficou com o ego inflado como um grande balão de ar:
- Minha passarinha estava com saudade...Mas fique tranqüila, não vou mais sumir. Agora tenho que ir, mas amanhã estarei aqui.
- Por favor, não vá. Tenho medo...
- Medo de quê? Não há nada a temer! – Coçou-lhe o alto da cabeça emplumada com o bico. Perso abriu suas belas e fortes asas e alçou vôo.
Calau resolveu segui-lo, de longe, mesmo porque suas asinhas não eram tão poderosas quanto às do garboso pássaro, o qual voava muito rápido.

Ela se sentia o próprio Sherlock Holmes do mundo dos homens. Longe do bosque, Perso pousou. Entoando cântigos mágicos, o vento soprou ao seu redor e enfim surgiu Taulo, com sua estirpe de caçador e olhos ferozes de determinação.

A ameaça e o horror a paralisaram. Queria fugir e fingir que nada sabia, que era um pesadelo, mas estava petrificada. Seu pequeno coração estava quebrado e uma dor muito forte queimava em seu peito.Sentiu falta de ar e seu corpo parecia chumbo. Suas asas, de pedra. A visão foi escurecendo até tudo se apagar.

Taulo, indiferente ao que se passava ao seu redor, foi ao encontro dos caçadores de ilusões. Seria noite de festa dos grandes magos. Ele não percebeu Calau à sua espreita.

Calau sofreu sozinha, escondida em sua vergonha e recolhida em sua dor. Perso realmente a procurou no bosque nos dias seguintes. Lamentou não tê-la capturado, imaginando como aquela passarinha danada tinha conseguido lhe escapar aos domínios. No ninho dela, parentes encontraram uma grande ilusão estragada, grafada com a letra “P”. Estava mordida, estava perdida, nunca mais alguém veria Calau no bosque. Com o tempo, Taulo se esqueceu de Calau e voltou a caçar ilusões.





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