PRIMEIRA LIÇÃO
Ruflando seu estandarte
Napoleão Bonaparte
Triunfava em Portugal.
O seu rei, o D. João VI,
Fugia sob pretexto
Com toda corte real!
Aqui chegando encontrou
Um povo cheio de ardor
E sonhos de liberdade!
Os ideais de Tiradentes
Ainda corriam quentes
Por toda sociedade!
Sentindo o grau que havia
De insatisfação, rebeldia,
Que do povo se externou,
D. João desprezando a ética,
De doutrina maquiavélica,
Ao jovem príncipe falou:
“Filho, se é desse país
Vir a cair nas mãos vis
De algum aventureiro...
Tu tens toda autoridade
De aclamar a liberdade
E o Império Brasileiro!”
E entre as falas do “fico”
E o grito fingido e arisco,
Que do Ipiranga se ouviu...
Esvasiavam – se as praças
Do povo-vítima das farsas
Dessa história do Brasil!
Essa bandeira, sem glória,
Não tem marca de vitória
Que pôs o povo a sonhar!...
Analisando – a , revolta,
Não valeu por uma gota
Do sangue de Pirajá
SEGUNDA LIÇÃO
Veio a luta pró – república!...
Novamente, em praça pública,
Por décadas buscando o novo,
Artistas e intelectuais
Se integraram aos ideais
E aos anseios do povo!
Foram anos de árdua luta,
De enfrentamento, disputa,
Com os déspotas do poder!...
Mas, o povo unido e forte,
Sem buscar judas de corte,
Ei-lo prestes a vencer!
A garra, a raça, o fascínio,
De Nabuco, Patrocínio,
Castro Alves, Rui Barbosa...
Da república os ideais
Davam os primeiros sinais
Da luta vitoriosa!
Mas, um serviçal do império
Toma parte, sem critério,
Dessa marcha que vingou...
E pisando o povo em frente
Foi o primeiro presidente
De um sistema que negou!
TERCEIRA LIÇÃO
Mais uma vez continua
O povo lutando em rua
No regimen militar...
Em protesto à ditadura,
À opressão , à tortura,
Clamando “Diretas – já!”
E por todas as regiões
Grandes manifestações
Vieram a se efetivar!
Externando um anseio novo,
Em coro, gritava o povo
“Queremos Diretas-já!”
Quando a nação brasileira
Tentava erguer a bandeira
Já prestes para vencer,
Surgiram os salvadores
Entre eles alguns mentores
Que partilhavam o poder!
E o povo desmobilizado,
Havendo o mastro largado
Da bandeira que sonhou...
Hoje, ainda em longa prova,
Reclama a república nova
Que a seus líderes confiou!
São essas lições da história
Que, resgatando a memória,
Nos resultam de importante:
Não podemos abandonar,
Mas, sempre, participar
Das lutas a cada instante!
Lutar, lutar e lutar
Pra logo após entregar
O que saldou do alvoroço,
É ser vítima de um fiasco...
É confiar no carrasco
A guarda do seu pescoço!
A participação popular
É o mais possante pilar
De apoio à sociedade.
Só a força coletiva,
Permanente, combativa,
Dá poder, legalidade!
É hora, pois, companheiros,
De fazermos de olheiros
Nessa longa trajetória!
Investigar bem o poder
Pra que possamos colher
Ensinamentos da história!
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