Eu sei que tenho verve e que disponho
Com muito bom humor cada versinho,
Mas devo suspirar por teu carinho,
Pois tu é que tens dons de ser risonho.
Não quero já perder-me no caminho
E digo francamente que é medonho
O resto da escansão, porquanto sonho
Em dar-lhe tratamento de meirinho.
É que componho versos, tão-somente,
E deixo p’ra depois toda virtude.
Aí, diz o meu médium: “Sei que mente
Aquele que se trata com bom ‘grude’:
A sopa é saborosa quando quente,
E o tal sorve com gosto.; até que mude...”
Indaiatuba, de 10.05 a 26.06.96.
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