CONVERSA COM MEUS BOTÕES...
Tenho a sensação de que não deveria publicar este texto;nem sei se o publicarei.
Ontem,relendo minhas antigas anotações,encontrei uma frase do Villa,que diz:”Os poetas que se empenham em pensar mais do que em sentir,tornam-se poetas detestáveis,sem ao menos se tornar pensadores estimáveis.”
Ou seja, nem carne,nem peixe.
A gente paga um preço pelos pensamentos que tem e corre o risco de ser apupado e apedrejado quando o que pensa vai contra os desejos da multidão.
Estas reflexões me vêm,devido aos últimos acontecimentos na política brasileira e no mundo como um todo.
Assistir,como faço sempre a TV Senado,na segunda-feira próxima passada,trouxe-me uma sensação de constrangimento,de dor quase física,ao ver as diatribes,as ameaças,as chantagens públicas,sofridas pelo senador Pedro Simon,apenas por defender suas idéias.
O velho senador,talvez um dos poucos que não tem rabo preso neste Senado de triste biografia,achava que o Presidente da casa deveria licenciar-se para que as investigações corressem mais serenas e sem a pecha de fisiologismo que certamente teria,se o rumo das coisas fosse este.
De pronto,senadores da base aliada caíram-lhe em cima,sem respeitar suas cãs ou o seu direito de expressão.
Foi uma coisa sórdida!
O ex-presidente Collor apresentou a nação uma face escura,um ódio desbragado contra tudo e todos e caiu como uma pedreira sobre o senador Simon,que pareceu ficar petrificado;não esperava por essa!
Por pouco, aquela Casa,que deveria ser um local para ricos debates políticos,quase se transforma num congresso coreano;isso só não aconteceu,graças á lhaneza do Simon,que não revidou ás agressões do Collorido recém devolvido á política pelos alagoanos e do seu alter ego ,o também senador Calheiros,de volta á cena política pelo mesmo Estado.
Não estou aqui fazendo juízo de valor; não quero atacar ou defender Sarney,embora seus atos são inerentes os de todos os senadores,pessoas não comuns,segundo nosso Presidente.
Collor tem razão,talvez, de estar cheio de ódio;afinal,o motivo de seu “impeachment”,hoje,faria rir até o pessoal do CQC;qualquer político,de qualquer partido,hoje,já fez muito pior.Assisti á ascensão e queda do Collor;não perdia nada,sempre fui interessada em Política;até hoje só não sei quem matou PC Farias.Talvez,agora,Elle queira dizer...
Ex-“enfant gatê” dos mais importantes meios de comunicação da época e logo que as conveniências desses membros da Imprensa foram contrariados (ou deles ou de seus patrocinadores,não sei!), Çollor passou de herói a vilão , vendo sua família arrastada num mar de lama,como a Imprensa sabe fazer neste país;remember ,o triste caso da Escola Parque,em São Paulo,anos 70;ou o caso Alcenyr Guerra.E,mesmo,agora,o misterioso vazamento de informações sob segredo de justiça que caíram nas mãos,justo de quem!?-do Estadão-notório órgão da direita feroz deste pais.
Se uma acusação está sob segredo de justiça,significa que não foi apurada e pode ser falsa,logo não deveria vir a público;qualquer jurista ou advogado –e aqui neste site temos muitos-sabe de cor o primeiro princípio do Direito:”In Dubio pro reo”
Assisti pela Intranet(a internet do senado,aliás,criada pelo Sarney,bem como o vale transporte)á reunião de Conselho de Ética;nenhuma prova foi apresentada pelos opositores do Presidente, ah,e eu gostaria de vê -las todas,documentadas, em vez dos meros recortes de jornais apresentados , tal a “inocência”ou burrice dos nossos senadores de Oposição.Ou eles queriam fazer marolinha para desviar a atenção de seus próprios erros, visando 2010, ou então,queriam aparecer para o povo como vestais,sem se lembrar dos seus telhados de vidro,(vidro não temperado),e ,certos de que seus atos secretos ficariam escondidos sob o beneplácito de meios de comunicação que lhes são favoráveis,fizeram aquilo que os antigos não recomendavam:quem tem telhado de vidro não apedreja o do vizinho.
Faltou outro dito popular na agenda do Arthur Virgilio, aquele tucano de bico sujo que mandou para o Exterior um assessor, ás custas do Senado,ou seja,ás nossas custas:Quem com muitas pedras bole,uma lhe cai na cabeça.
Ora,pois,a filha do FHC era funcionária fantasma do Senado e isso não deu no jornal.
Querem um conselho,amigos leitores?
Rasguem,sem ler,todos os jornais e revistas;desliguem a TV na hora do noticiário;e,parem para pensar!Perguntem sempre:-Onde está o gato!Sempre haverá um gato escondido.
Ou ,como a mestra do romance policial,Agatha Christie,dizia:pergunte a quem o crime interessa;era a maneira mais fácil de rastrear um criminoso.
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