CAIXAS, EMBRULHOS E OUTROS NÓS
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Vamos desatar esse nó
Vamos mudar esse país
Essa é a propaganda
Pra deixar agente feliz
O nó cego já foi dado
Nós estamos por um triz
A corda foi calculada
Pra durar mais de dez anos
É nó cego de escoteiro
Vai atrapalhar o plano
Do presidente torneiro
Que está todo enrolado
Pra desentupir o cano
Só se fala em reformas
Em propostas de mudança
Reforma da Previdência
Volta de novo a esperança
No futuro brasileiro
Restaura-se a confiança
Na Reforma Tributária
No combate a sonegação
Simplificando o sistema
Retomando a produção
Gerando renda e emprego
Reformar é a solução
Modernizar os controles
Combater a corrupção
Corrigir as injustiças
Com melhor distribuição
De renda e de empregos
E de formas de ascensão
A esmola quando é muita
Todo cego desconfia
Essa história vem de longe
O outro também dizia
Passou dez anos dizendo
Mas não fez o que devia
Agora que o nó tá velho
Acostumou no jeitinho
Pra desatar dá trabalho
Um mandato inteirinho
É pouco e ainda sobra
Para o próximo vizinho
Além do mais eu insisto
A solução copiada
Nunca rendeu resultado
Pois ela já foi tentada
No governo do Fernando
E acabou dando em nada
Falta de sinceridade
Ou falta de competência
Tudo tentar resolver
Com a tal da Previdência
Um caixa cheia de furos
Tenha a santa paciência
O dinheiro é desviado
Pela própria União
Desde os primeiros dias
Da famosa construção
Da cidade de Brasília
A capital da nação
Assim ocorre até hoje
Há desvios e distorção
Ninguém paga à Previdência
Pecam todos por omissão
Estados e Municípios
Órgãos públicos ou não
E a conta vem crescendo
Do jeito da inflação
Aos poucos, devagarinho
Toma a forma de dragão
Ladrões e sonegadores
E corruptos de plantão
E o governo até parece
Que desconhece a questão
Insiste do lado errado
A conhecida taxação
Que todo mundo já sabe
Fere a Constituição
Mas esse lado mais fraco
Tem sido a melhor solução
Pra arrumar mais dinheiro
É bastante por a mão
No bolso do aposentado
A Estratégia de ação
É só fazer a caveira
Confundir a opinião
Dizer que o aposentado
É o culpado na questão
Vagabundo costumeiro
Ganha rios de dinheiro
Realimenta a inflação
E depois, do mesmo jeito
Falar mal do Judiciário
Pra tentar criar um clima
Sair no noticiário
Enganando a população
Sobre os custos do Erário
Já sabendo que a medida
Uma vez sendo aprovada
Será logo objeto
De ação bem contestada
E no Supremo Federal
Com certeza, acatada
Assim se desfaz da culpa
Que tentou e deu errada
A solução do Brasil
Continua emperrada
Por culpa da nossa Justiça
Que precisa ser mudada
A verdade verdadeira
Já estou desconfiando
Esse governo do Lula
Vive na bola pisando
Perna de pau tem aos montes
Não vejo ninguém jogando
A não ser para a platéia
No jogo de vaidades
Vai todo mundo embrulhando
Reduzido a veleidades
Transformando as mentiras
Em aparentes verdades
Governo sem transparência
Caixas- pretas espalhadas
Pastas rosas escondidas
De manobras arriscadas
De quem chegou ao poder
Com promessas arquivadas
É uma pena, no entanto
Tanta luta, para nada
Que foi feito do projeto,
Que daria a virada?
A mudança prometida
A esperança acabada
A situação permanece
Do jeito que foi deixada
E pelo rumo da conversa
Continua a trapalhada
Empurrando com a barriga
A nação endividada