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Artigos-->Letramento No País Dos Pizzaiolos -- 02/08/2009 - 22:33 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130951688559273200
Minhas universidades literárias incluem curso intensivo de administração empresarial. Escrever sem ser sócio proprietário de editora ou estar ausente do foco das mídias escrita, falada e tvvisiva é tarefa quase impossível. A Casa Grande, lugar de exercício dos poderes “institucionais” dos “pizzaiolos” não considera o desenvolvimento da qualidade da educação fator decisivo necessário à formação cultural e intelectual das brasileiras e brasileiros.



A possibilidade de um autor ausente das mídias obter condições de viver do exercício de sua produção literária, é mínima. Pessoas que frequentam bibliotecas, livrarias e oficinas literárias em busca do letramento inexistente na formação educacional, são raras.



Se não há condicionamento didático nas escolas em favor do aprendizado pelo gosto da leitura, as crianças, adolescentes e adultos permanecem na ilusão de que os currículos escolares e acadêmicos são suficientes para prepará-los intelectualmente. Ledo engano. Resultado: as escolas e academias estão pululando de docentes que mal leram os tomos comuns à cátedra.



Ou o autor é abonado, ou frequente passageiro das mídias, ou dança qualquer projeto pessoal de viver da criação literária. Quem, no país dos pizzaiolos pralamentares conseguir manter-se escrevendo ficções, usando a persistência e a determinação, resistindo à prática cansativa e extenuante da natação contra a corrente dos rios (à política das instituições e academias literárias) e, imitando os salmões, conseguir sobreviver às mais bravias e contrárias correntezas, chuvas, tempestades, e ao ataque dos predadores, esse autor, por incontestável mérito pessoal, merece a mais abonada recompensa e crédito de seus leitores.



Escrever é simplesmente um exercício de criação da mais alta competência mental. Uma sociedade que não valoriza a educação pelo letramento, que não prepara e valoriza seus escritores, está condenada a desaparecer, como diria Ezra Pound citado por Haroldo de Campos do livro — Poesia: “Se alguém merece encarnar a figura do poeta seminal do nosso século, como Poe no século passado, este é sem dúvida Ezra Pound com sua obra de amplo espectro, sua permanente devoção à causa da poesia...”



Quem não está inserido no mundo da globalização? Isso significa uma sociedade que não valoriza o intelecto, o saber, a aquisição pertinente de informações culturais. Significa muita quantidade de informações disponíveis e uma qualidade de recepção e divulgação por parte dos internautas, carentes de “nicho propício”. Ou seja: necessitados de cultura perceptiva atualizada.



A Internet mantem a cabeça das pessoas na Disneylândia consumista dos shampoos, cremes, massagens, alisamentos, escovações capilares, penteados ousados e tradicionais. Garotas e garotos ganham atitude em seus grupos de convivência não pelos conteúdo mental dos neurônios culturais, os literários e outros, mas a partir da aparência “nos trinques” dos penteados à moicanos, das maquiagens divulgadas pelas personagens de novelas. No make-up para brilhar nos ambientes quentes das frias robôas nas passarelas dos modelitos em oferta no mercado da moda.



A geração das aparências das unhas pintadas com esmalte produzido nas arábias. Os dedos manuseando o celular “inteligente e ilimitado” com conexão direta via rádio (push to talk), câmera MP3 Internet, design “tecnicothriller” Wi-Fi e e-mail. E como as modelitos representativas da geração das manecas caras pintadas são orgulhosas das tranquetas tecnológicas que empunham como se fossem troféus pessoais e intransferíveis. Produzidos para a consumação de seus desejos e vaidades.



A cultura da globalização de estilos de vida à cabeleireiros, maquiadores e manicures. Uma cultura que zela pela aparência sem essência. As caretas produzidas e bregas das estrelas de tv, desfilam na telinha reproduzindo a maneira vulgaz de falar e dançar. Imitando os ícones das passarelas nos corredores do shopping center dos corações solitários. Globalizados, standards, a se reabastecerem de pão, somente pão, nos fast-foods, na praça de alimentação. Depois das gentilezas cheias de dedos e pulseiras made in India, made in China, sempre em presença de uma encenação dramatizada para esconder por detrás da cara despreocupada a preocupação em conseguir fisgar um marmanjinho para fazer-lhe companhia para um casamento que vai durar, quando muito, os próximos 365 dias.



Aonde está a intenção de adquirir o alimento pertinente da psique, o conteúdo intelectivo da mente? Vulgar e fugaz, as passarelas dos shoppings estão cada vez mais impregnadas de beijadores de sardas e comedores da boa carne de vaca nas mesas das praças de alimentação.



E o alimento da inteligência? Da psique, do intelecto? Ele também precisa de arroz, feijão, farinha, saladas e carnes. Apenas pão e circo não fazem humana uma cidade.



Então, conclusão: um escritor precisa de leitores. O autor precisa de que seus livros estejam ao alcance do poder aquisitivo dos salários fundamentais, médios e acadêmicos. O autor necessita de forrar o estômago de alimentos de modo que a mente e o coração estejam atentos às necessidades básicas dos processos criativos. As despesas de fim de mês vencem no dia 30 ou 31. E os prazos de pagamento precisam ser pagos sem juros.



Como pode uma geração após outra ser sistematicamente sacrificadas, condenadas à mumificação dos ideais e das ideias por uma cultura dirigida para a concentração homicida de renda dos pizzaiolos da Casa Grande? O presidente dos atuais pizzaiolos simplesmente se apossou da Casa Grande como se esta fosse uma extensão natural de suas posses e bens móveis e semoventes. Os ativos financeiros do Estado são simplesmente tratados como se fossem propriedade privada da oligarquia maranhense que representa.



Que mais resta ao autor literário, desprovido de rendas e mordomias senão a persistência, o talento, a determinação e a criatividade? Inventar caminhos de sobrevivência, estradas vicinais, literárias. Chegar ao mercado deteriorado pela fixação em carnaval, pornografia, futebol, biritas e drogas. A Casa Grande não está nem aí para mudar os paradigmas da educação para a satisfação dos interesses privados e públicos das oligarquias. As oligarquias com representação política na Casa Grande pralamentar trabalham, ou melhor, nada fazem para solucionar a situação de falibilidade congênita dos dons naturais da inteligência de seus eleitores, das brasileiras e brasileiros com uma educação escolar e acadêmica pralamentar.



O país, a cultura das brasileiras e brasileiros precisa de letramento, de investimentos em educação fundamental, ensino médio e universitário. O país das brasileiras e brasileiros precisa de um Senado menos corrupto e menos sórdido em seus discursos e em suas práticas legislativas. O país das brasileiras e brasileiros precisa em caráter de urgência urgentíssima que se invista maciçamente em educação fundamental, média e superior. Que não sejam educação apenas no nome.



Os pizzaiolos da Casa Grande pralamentar precisam respeitar um mínimo as reivindicações mínimas de seus eleitores. Qualquer discurso político em prol da educação que não comece aumentando o salários dos professores em 200% pode ser considerado, de imediato, uma fraude. Sem investimentos na reciclagem didática dos docentes, numa infraestrutura que lhes incentive o intelecto e os dons de ensinar, qualquer discurso pralamentar em prol da educação é torpe.



A Casa Grande pralamentar chegou ao absurdo de reivindicar juridicamente a autoria do AI-5 atualizado. O filho imita o pai, “coronel da ditadura”. Quer também calar a imprensa e fazer valer a política sevandija dos atos secretos do Pralamento. Como se não bastasse o presidente dos pizzaiolos, agora um dos filhos do mesmo com o respaldo do desembargador da oligarquia Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, proibiu o jornal ESTADO de editar reportagens sobre a investigação da Polícia Federal contra ele, Fernandinho. Digo Fernandinho reportando-me àquela propaganda de camisa em que o Chefe de um grupo, supostamente mafioso, elogia um de seus subalternos por ser useiro e vezeiro de um modelito de camisa que ele, Chefe, costumava usar.



Esse “filhinho de paizinho”, paradigma da moda do Chefe dos pizzaiolos, foi investido não apenas do guarda-roupa, mas da atitude fundamentalista que na época da ditadura contou com a colaboração do pai na Instituição do AI-5. O exemplo do pai faz a boca torta do herdeiro.



A falta de uma atitude moral energizada dos líderes partidários e da UNE que não mobiliza seus membros no sentido de viabilizarem a cassação dos direitos políticos do Presidente dos pizzaiolos, faz com que a impunidade seja disseminada em todas as instituições públicas e privadas que se espelham no exemplo da Casa Grande Senado. Por que os pizzaiolos tem sido tão soberbamente coniventes?



Em plena vigência do século XXI, eis que o Imperador do Maranhão quer fazer prevalecer os tortos direitos (ou os direitos tortos) do oligarca Presidente da Casa Grande Senado. Passando o rodo nos direitos constitucionais das brasileiras e brasileiros terem direito à informação.



É nesse contexto de concentração genocida de renda, poderes políticos, jurídicos, e econômicos que a Senzala Brasil sobrevive cada vez de mal a pior. E ninguém faz nada. Os pizzaiolos ficam nos discursos sem resultados. A causa sem os efeitos pertinentes que deveria ter gerado há muito. Muito tempo. Para a Casa Grande Senado, educação é a promoção de micarinas e do carnaval nas Marquês de Sapucaí país adentro, país afora. Quando um país, seu povo, seus eleitores são soberbamente humilhados dessa forma, por motivos fúteis e torpes, é porque fevereiro está sempre próximo. Se a Casa Grande continuar com essa performance, em breve não haverá mais eleitores. Apenas um povo de capachos e jagunços.



Literatura não é carnaval.
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