São Paulo, Já muito tarde para falar...
Carta a um pai!
Pai , eu sei que é difícil dizer estas palavras pois por toda sua vida não pode dizer, mas hoje quero dizer estas palavras mesmo não sendo o momento oportuno. Muitas oportunidades perdi , me arrependo profundamente por tanta inflexibilidade e insensibilidade que tive com sua pessoa. Em momentos que você precisava de uma palavra amiga, ou até mesmo afogar suas mágoas em um ombro amigo eu não pode lhe ceder esta oportunidade; não deixei você compartilhar da minha vida, mas o exclui nos momentos mais importantes dela...
Como lamento por tanta insensatez; quantas vezes briguei com você, quantas vezes o magoei. Mas hoje me arrependo de todos estes conflitos que crie e tive com você...
Porque, só agora, voltei a realidade e percebi estes atos, agora tão tarde... Não reparava que eu era a sua continuação na terra. Não reparava que eu era sua herança, e que tu depositava toda sua confiança, esperança e seus imensos sonhos em mim. Mas acho que não pode corresponder a todo este crédito que me deste.
Hoje venho lhe pedir perdão, por nunca ter te ouvido, por não ter seguido seus conselhos. Acho que o senhor já fez isto um dia, criar uma idéia contrária aquele que queria te ajudar, ir pelos seus próprios caminhos, tentar seguir uma direção que você mesmo criara. Bem eu tentei fazer isto, mesmo não dando certo eu venho te agradecer pela compreensão que teve comigo.
Pai , hoje reconheço o quanto você foi importante para mim, o quanto me ajudou, o quanto me alegrou quando eu estava triste, o quanto me amparou, o quanto me amou...
“ Enquanto pronunciava estas fúnebres palavras, minhas lágrimas molhavam toda a sepultura a qual meu pai estava enterrado...”
Adeus...
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