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Artigos-->PANDEMIA DO LUCRO -- 24/07/2009 - 23:27 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PANDEMIA DO LUCRO



Délcio Vieira Salomon



Com o mesmo título deste artigo, recebi e-mail de uma amiga, brasileira naturalizada norte-americana, residente em Ohio, repassando noticiário, cujo teor merece nossa atenção. Aqui tomo apenas como referência alguns tópicos, por terem me chamado a atenção e sobre eles exerço minha reflexão.

Apesar de difícil comprovação, a hipótese implícita no texto é muito preocupante: atrás do alarmismo em que se transformou o noticiário sobre a gripe suína, agora já denominada pandemia, existem interesses escusos, dignos do capitalismo selvagem e do neoliberalismo: os interesses da indústria farmacêutica.

Se sobre os fatos deitarmos um olhar dialético, para o qual tudo se relaciona, a hipótese se robustece. Curiosa, mas estranhamente a crise financeira começada nos Estados Unidos e a notícia da pandemia da gripe suína estão se dando na mesma época. Será mera coincidência?

Não faz muito tempo os megafones da grande mídia, junto com outra crise econômica, alarmaram o mundo com a notícia da gravidade da gripe dos frangos. Pouco depois se soube que ela fora debelada pela descoberta do Tamiflu, cuja patente é exclusiva da empresa norte-americana Gilead Sciences. Para comercializarem o produto, foram autorizadas pela Gilead as duas maiores empresas farmacêuticas vendedoras dos antivirais - a Roche e a Glaxo Smith Kline (hoje dona do Relenza - fac símile do Tamiflu e indicado emergencialmente para combater a gripe suína). Noticia-se que ambas obtiveram milhões de dólares de lucro. Segundo o The Independent de 12 /03/2006, na época as ações da Gilead subiram 700%.

Importa lembrar que a Roche ficou com 90% da produção mundial do “anis estrelado”, árvore que cresce na China, e que também se encontra no Laos e Malásia, e que serve de base para o Tamiflu.

Para refrescar a memória de todos nós vem a talho a informação: o principal acionista e ex-presidente da Gilead Sciences é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra o Iraque. Consta que o senhor Rumsfeld recebeu 10% da venda de cada dose de Tamiflu.

Já paramos para pensar sobre o poder da mídia que é capaz de fabricar e comercializar alarmismo do tipo da gripe suína e pouco ou nada faz diante de milhões que morrem de malária, dos dois milhões de crianças que morrem de diarréia por ano?

Nossa atenção ficou chocada diante da gripe das aves e, no entanto, houve apenas 250 mortes em todo o mundo em dez anos, ou seja 25 por ano. E dizer que o senhor David Nabarro, designado como o coordenador global pelas Nações Unidas para o combate da gripe das aves, avisou que aquela doença mataria entre 5 a 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Já a gripe comum mata meio milhão de pessoas no mundo. Trata-se ou não de falso alarmismo ou, o que é pior, do alarmismo do lucro?

Não se há de negar a necessidade dos cuidados e ações preventivas diante dos males que está causando a gripe suína. Mas tal preocupação não pode deixar-nos mudos, surdos e conformados diante do poder das multinacionais que só querem auferir lucros em cima da miséria alheia.

Sei que é utopia, mas me pergunto: se acaso a Organização Mundial da Saúde tem o poder de alarmar o mundo denominando de pandemia a gripe suína e se é verdade que o Tamiflu e a Relenza são antídotos contra o mal, por que não a distribuem de graça, sobretudo entre os povos do terceiro mundo? Se existisse entre os dirigentes e responsáveis pelas nações, honestidade e boa vontade (que a chamem até, em nome do modismo, de vontade política!), a simples decisão de transformar em genérico a patente do medicamento, já seria um grande passo.

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