A cena é conhecida. A criatura num grupo animado, balançando as perninhas e com a palma da mão suada, olhando a sua volta, caçando vestígios dum objeto qualquer que sirva de cinzeiro. De repente, interrompe o papo e pergunta pro dono da casa:
"Posso fumar?"
Todos os presentes se voltam, com um misto de horror e censura, "como ousa?!?", e você, pobre criminoso, se encolhe no sofá e fica do tamanho duma pulga, enquanto aguarda a resposta.
Dia desses, tendo passado por isso, me pus a refletir.
Desde quando ser fumante se tornou algo pior que bater na mãe?
Um SHOW DE HORROR essa ditadura de frequentador de academia, não é saudável, você vai morrer de càncer, enfisema, engasgado na fumaça, sei lá!!!!!!!
Dá a impressão de que, se eu esticar uma linha bem grossa e cheirar até a poeira que fica debaixo do sofá eu vou ser menos massacrada do que se eu acender um "ai, maravilha!!!" Cartier mentolado longo, lindo e maravilhoso ... Aaaaaaah! Eu não me aguento!
Eu sei, eu sei. Todo mundo sabe que cigarro dá um monte de doença, prejudica o bebê da mãe fumante e ainda brocha. Pode dar um montão de problemas respiratórios e ainda agrava a osteoporose (eu acho), mas o que eu e todos os fumantes pedimos é que nos deixem fazer a escolha. Enquanto eu não te faço mal, não me perturbe, não me obrigue a fumar na escada de incêndio, na área de serviço, ou pendurada na janela do 15º andar.
Faça o favor de ser um bom anfitrião, como a Litinha (antropóloga, ex-fumante e um grande ser humano). Abra as portas e as janelas, faça o seu convidado ficar confortável e forneça um grande cinzeiro pra ele apagar seu bastonete cancerígeno, como diz o Tuco.
Depois, abuse do Bom Ar, ou das velas de eucalipto (muito melhor que o Bom Ar, né não?).
A gente agradece e se sente menos marginalizado.
Até brevíssimo!
Goldie Gold, enVIADA espAcial
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