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Artigos-->Os falsos desmatamentos na Amazônia -- 20/07/2009 - 08:55 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS FALSOS DESMATAMENTOS NA AMAZÔNIA - A VERDADE POR TRÁS DA FANTASIA -



Izidro Simões - piloto de avião



Em 2000, sendo piloto da Nimbus Táxi Aéreo, em Boa Vista-Roraima, recebi uma ordem de vôo que se mostraria muito singular. Tratava-se de voar de Boa Vista descendo o Rio Branco, passar por Santa Maria de Boiaçú, alcançando as localidades de Terra Preta e Lago Grande, retornando para a capital.



Eram 4 passageiros: Francisco Joaci de Freitas Luz, engenheiro agrônomo, sendo hoje o chefe geral da Embrapa-Roraima, Marcelo Francia Arco-Verde, engenheiro florestal, sendo hoje o diretor de sistemas agroflorestais da Embrapa-Roraima e Haron Xaud também da Embrapa-Roraima. No caminho, pousamos em Caracaraí, para recolhermos uma engenheira, da qual não me lembro se era do Estado ou da CPRM. O Chefe da equipe da CPRM-Manaus e que estava em Boa Vista, era o geólogo Newton, que não foi no vôo, porque “não apreciava” voar.



Recebi então a ordem de ir descendo o rio, mantendo uns 3.500 pés (pouco mais de mil metros) afastado uns 5 Km da sua margem esquerda. Os passageiros levavam vários mapas grandes, máquinas fotográficas e filmadoras. Uns 15 ou 20 minutos após a decolagem de Caracaraí, passei a ouvir exclamações assim:



- Ei, olhe só aquilo!

- Mas como é que pode?

- Dá uma olhada no mapa!

- Bate uma foto agora!



Foi assim até Santa Maria de Boiaçú, onde mandaram que voasse para Terra Preta e Lago Grande, localidades rio abaixo mais uns 6 minutos de vôo, e situadas no lado oposto do rio, isto é, na margem direita do rio. Tendo sobrevoado aquelas localidades, mandaram retornar para Boa Vista, devendo também manter-me afastado uns 5 Km do rio. Estávamos agora, subindo o rio, e os passageiros continuavam consultando vários mapas e olhando atentamente o panorama que sobrevoávamos. Um pouco antes de alcançarmos a boca do rio Catrimani, vimos mais para a nossa esquerda, uma região de extensas campinas de areia branca, alguns laguinhos e igarapés (córregos, riachos). Mandaram então voar bem baixo em direção ao lago maior, o qual tinha águas tão cristalinas, que do alto víamos o seu fundo.



Fiz diversas passagens baixas por ali, e foram muitas as fotos e filmagens realizadas, prosseguindo o vôo, agora nuns 100 metros acima do solo, até alcançarmos novamente Caracaraí, de onde tomei altitude regulamentar e prosseguimos para o pouso em Boa Vista.



No dia seguinte, pela manhã, fizemos um novo vôo, desta vez, para a Serra da Lua, que começa uns 30 Km após a ponte dos Macuxi sobre o Rio Branco, sendo ela perfeitamente visível desde Boa Vista. No lugar da engenheira do vôo anterior, entrou uma outra pessoa da CPRM, e também levavam muitos mapas grandes, filmadoras e máquinas fotográficas.



“Cortei” a Serra da Lua na sua borda direita (lado Sul), até o final, quando então mandaram fazer diversas idas e vindas pelas cabeceiras do rio Baraúna. Tudo foi muito fotografado e filmado, com expressões de surpresa e espanto semelhantes as do vôo anterior, e convém salientar que tínhamos GPS a bordo.



Após o recolhimento do avião no hangar da empresa, Marcelo Francia Arco-Verde (o engenheiro florestal da Embrapa-Roraima) ficou por ali, entretendo-se em conversas com alguns membros do clube de paraquedismo, e do qual ele fazia parte, como instrutor de salto-duplo.



Aguardei uma folga nas conversas e, puxando Marcelo para um lado, perguntei:

- Você pode me dizer o que tem causado tanto espanto em vocês? Consultam mapas o tempo todo, filmam, fotografam. Parece que tem alguma coisa errada em algum lugar, pois até duvidaram que estivéssemos mesmo na região do Baraúna, com GPS e tudo!



Marcelo sorriu e disse:



- É o seguinte: o pessoal me contou que em algum lugar lá no Maranhão, que também é um Estado amazônico, fizeram um projeto de colonização ou coisa semelhante, e quando a equipe de campo foi até a região para demarcar estradas e lotes, não encontraram o que pretendiam. Até acreditaram que tinham perdido a entrada de alguma estradinha. Vai mais um pouco pra lá, volta, vai de novo, e não encontraram o que pretendiam. Retornando ao escritório, consultaram os mapas do RADAM (Radar da Amazônia) e os do Estado, e chegaram a conclusão de que o lugar só poderia ser aquele mesmo por onde tinham estado. Para dirimir dúvidas, dessa vez levaram um GPS e foram realmente parar no mesmo lugar de antes.



Aí então constataram que os mapas do Radam apontavam a região como sendo coberta por densa floresta, quando na verdade era um cerrado ralo!

Pelo Amazonas e aqui em Roraima já tinham acontecido desencontros semelhantes, e surgiu então uma grande desconfiança quanto aos mapas do Radam, e por isso foram feitos esses dois vôos de confirmação nas áreas em que surgiram dúvidas.



- E o resultado? Perguntei.

- Bem, confirmamos que por aqui também, os mapas do Radam mostram uma coisa, e lá embaixo, no solo, é tudo diferente. Floresta no mapa, mas no solo, é extenso cerrado.



Quando Collor foi Presidente, colocou na então Secretaria do Meio Ambiente o Lutzemberg, aquele agrônomo-ecologista maluco que criava sapos na piscina da sua mansão em Brasília e que falava mal do Brasil pelo mundo afora. Esse cidadão trouxe à Roraima, o italiano Giovani Gronchi, que tinha sido Presidente ou Primeiro-Ministro da Itália. Ambos, com alguns membros da comitiva, sobrevoaram os “lavrados” de Roraima e foram embora para Manaus e Brasília. O italiano voltou ao seu país, de onde deitou falação contra a “devastação” que os roraimenses tinham feito na floresta.



Atenção: a Amazônia não é toda ela de floresta. Em Mato Grosso, Rondônia, Maranhão, Pará, Amapá e Roraima existem extensas áreas de cerrado. Roraima, entretanto, tem as mais extensas terras agricultáveis, campos gerais do Norte do Brasil. Ao redor de Boa Vista, em todas as direções (360º) tudo é “lavrado” (campos naturais) por uns 120 Km em direção ao Norte, 230 Km em direção do Oeste (Normandia e Bonfim) e outros mais de 200 Km em direção do Sudoeste, de Bonfim até a Serra da Lua. São 1 milhão e 700 mil hectares na Raposa / Serra do Sol, mais de 700 mil hectares na São Marcos, mais outros 300 mil hectares nas vizinhanças da Serra da Lua, todo o município de Boa Vista e quase a metade do município de Alto Alegre, no Oeste, também são “lavrados”.



Assim, vê-se a ENORMIDADE da errada informação alardeada no mundo por Giovani Gronchi, por engano ou pura má-fé, com a cumplicidade do Lutzemberg, que também “não sabia de nada”, ou sabia e, calou-se propositadamente.



Qual o é então o truque que existe nos mapas do Radam?



Na década de 70, o Brasil pagou 20 milhões de dólares para que uma empresa americana mapeasse toda a Amazônia brasileira e os seus minérios. Os aviões Hércules (quadrimotores) da empresa TIGER, tinham a cabeça de um grande tigre pintada no leme e um avião ficava em Belém, outro em Manaus, outro mais em Porto Velho e um em Cuiabá.



Ali no aeroporto Marechal Rondon (em Várzea Grande – que serve à Cuiabá), durante uns dois meses, víamos diariamente o avião lá baseado, decolar bem cedo e retornar pelo meio-dia, decolando outra vez lá pelas 14:00 e voltando ao cair da noite. A autonomia desses aviões é oceânica.



Todo o material aerofogramétrico e de sensoreamento remoto foi processado nos laboratórios da empresa nos Estados Unidos, que depois enviou ao Brasil, os mapas geográficos, da vegetação e mineralógicos.



Com os “enganos” constatados nesses mapas do RADAM, que mostravam floresta densa onde NUNCA existiu nada além de cerrados, “lavrados” e imensas clareiras naturais, fica desmascarada essa história freqüente de acusar o Brasil de ter desmatado lugares que a gente conhece bem, e sabe que não é e nem foi floresta de nenhuma espécie, em ocasião alguma.



Como é feita a coisa? Muito simples: apresentam os antigos mapas do Radam e as atuais fotos de satélite. Como o satélite mostra campos naturais ou cerrados, e o mapa do RADAM mostra extensa área colorizada de verde (floresta densa), BERRAM a acusação alarmista:



- Olhem o que era antes, e a devastação que Brasil deixou acontecer!



Diante de tais “evidências” (contra FATOS e FOTOS não há argumentos possíveis), o mundo “cai de pau” no nosso país.



Saibam e aprendam: não se deve acreditar em tudo o que é alardeado no estrangeiro.



ATENÇÃO: não estou afirmando que todo desmatamento é falso. Estou AFIRMANDO que muitos desmatamentos são forjados dessa maneira.



Além disso, grande parte dos satélites tecnicamente não conseguem reconhecer diferenças entre real e parecido. Se sobre o lavrado roraimense for colocado um imenso pano VERDE, o equipamento do satélite interpretará como sendo floresta. Se a floresta for toda coberta por um pano branco ou amarelado, a interpretação será a de gelo ou areia.



Há poucos meses passados, a TV nos mostrou um desses tipos de engano. No Estado do Amazonas, diversas áreas tinham sido fotografadas pelo satélite, e interpretadas como sendo clareiras, eram apenas árvores SEM FOLHAS, na mudança de estação, e ali tudo continuava sendo floresta. Não havia nenhum desmatamento.



Quer dizer, além da má-fé das informações alarmistas, ainda há aquelas de má interpretação fotográfica, por desconhecimento das características vegetais na região.



Os mal intencionados (estrangeiros e, vergonhosamente, brasileiros também) usam e abusam dessas distorções, CONTRA O BRASIL e CONTRA OS BRASILEIROS.







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