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Cartas-->Para Lívia -- 23/08/2002 - 11:43 (Verzagen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Depois de tantas eras, o passado vira o monstro triunfante da estória que não perde por terminar. Há velhos simbiontes, agregando suas dúvidas e vícios, levando o pouco vital que ainda carrego pra usar no processo de memória. Cantar sem voz é pior que não cantar, e viver sem ela foi o âmago do iludido que falece em parcelas caras de oxigênio, cobradas à finco pelo pouco de sanidade comprometida que ainda lateja nesse crânio. Só faltou amor ou a explicação sensata que amor não existe, que na vida só se finge e mente pra parecer feliz...
Só resta eu no tabuleiro paranóico de deuses humanos, aliando dores sentidas, padecendo pelas palavras não ditas, psicografando orações de fantasmas confusos e sem personalidade...
Eis que devolvo à Terra aquilo conquistado pelo amor, lapidado em pedra infinita, que era meu por direito nessa vida...tão somente, minha querida.
Urge uma raiva potente, trespassando veias e músculos, surrando os nervos e chegando aos dedos pra ser entregue nessa carta, testemunha fiel e crucial da angústia e revolta presente.
Faço hora triste agora, faço hora feliz num passado evocado por súdito leal e amigo, eu, liberto da realidade, aliciando lembranças boas, sem a mínima responsabilidade com o futuro, pois o amanhã já não mais importa desde que a minha amada se fez ausente...
Pondera, bom leitor, que não me julgue de minuto por fato algum, antes lembre desse meu desafio: não conhece o verdadeiro e nobre sentimento de 4 letras aquele que não se esvai em dor e saudade.
O que sobra deste tosco, sem graça, chuvoso e cinza eu, se os últimos lampejos de vontade foram usados no altruísmo dessa carta anônima sem destinatário?
Sobra eu transitando em súplicas desesperadas ao dono do necrotério, ao chefe do cemitério e à natureza estranha, que vive de fins e usa todos nos meios.
Lembra de mim caro leitor quando voltar a pensar em amar alguém, lembra que essa vida atende a regras imutáveis e seres confusos discutindo em línguas diferentes o que pensamos ser certo.
Nesse mundo, acabou eu só.
Sozinho e sem ninguém.
Só.
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