IRAQUE INVADIDO
Hoje eu estou inspirado
Em meu possante corcel,
Farei do galope o verso
Nas estradas do cordel,
Cavalgando no deserto
Do Saara, pra ver de perto
A dor, a amargura, o fel.
No império americano
Um doido se proclamou
Sherife do universo
E os seus povos obrigou
Sob ameaça de gumes
A romperem seus costumes
E a tradição que restou.
Não dispondo de petróleo
Para mover suas garras,
Escolheu o frágil Iraque
Pra colocar fortes marras
No seu pulso e, com avareza,
Extorquir toda riqueza
Com as ações mais bizarras.
Sofrendo já as agruras
De um governo tirano
O sherife aproveitou-se
Do seu poder tão insano,
E dizendo-se o Libertador
Desfechou todo furor
Sobre o povo iraquiano.
Mil toneladas de bombas
Foram lançadas dos ares,
Criança, idoso e mulher
Perderam a vida aos milhares,
Usando todos os meios
Destruíram, bombardeios,
Suas relíquias milenares.
Acabar com armas químicas,
Biológicas e a tirania
Era o pretexto central
Que o senhor Bush dizia,
Mas, para a dor dessas almas,
Nem de Saddam, nem das armas
Se conheceu qualquer via.
E hoje se encontra o Iraque
Bem pior que com Saddam,
Este tirano educado
Pela escola de Satã.
Está o povo oprimido,
Com o passado destruído,
Sem presente e sem amanhã.
Mas, para um povo ferido
No seu orgulho-nação,
O sentimento é a força,
O sofrimento - a lição ...
Surgirão novos espaços
Para acertar bem os passos
Da sua libertação.
Já disse Napoleão
Sofrendo suas seqüelas,
A força das baionetas
Pode manter mil tutelas...
Mas, jamais, eternizar-se
Pois, ninguém pode sentar-se
Muito tempo sobre elas.
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