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Cronicas-->Mosca´s bar -- 15/06/2002 - 09:18 (Silvio de Oliveira Toco Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O nome já diz tudo, contudo é inacreditável só mesmo indo ao local, se ainda existir, para evidenciar a veracidade da coisa. De fato tratava-se de um pé-sujo ali nos cercanias de Triagem que era frequentado por funcionários de diversas fábricas, escritórios e oficinas que existiam por ali. Os ferroviários tinham seu espaço por excelência e a despeito disso, tanto faz como tanto fez a verdade é que fossem das oficinas ou escritórios, ferroviários ou não, era para lá que o pessoal corria a fim de fugir um pouco do trabalho ou apenas para beber.
Bem, classificando o ambiente, pode-se afirmar que era dos piores inclusive o atendimento. Mal situado, e bem escondido, a sujeira por ali reinava, ocasionando um excesso de moscas que realmente incomodava. Sem maiores preocupações por parte dos proprietários ou mesmo de quem ali frequentava, as moscas se multiplicavam e faziam dali seu paraíso.
Em verdade, era um local estratégico para quem não queria ser encontrado pela oposição alcoólica se é que me fiz entender.
Bem, e foi em algum dia quando precisávamos da presença de um colega de trabalho e não o encontrávamos em parte alguma que um dos assíduos frequentadores do mosqueiro lembrou:
- O cabeção (apelido do funcionário), deve estar lá no mosqueiro!
Claro que o nome certo é moscaria ou moscadal, porém foi assim que ficou conhecido o tal pé-sujo e o vício criado quando nas referências àquele local nos pegou de jeito. Era mosqueiro e pronto!
-Então, que vá alguém verificar e trazer imediatamente o cabeção pra cá! Aqui é o local de trabalho dele.
E assim fomos! Claro que não iria sozinho para o local onde me explicaram. Assim, achei por bem me fazer acompanhar por um outro colega de trabalho que sabia mais ou menos onde ficava o tal "mosqueiro". E lá chegando, não houve surpresas ao encontrarmos o cabeção acompanhado por mais um colega de trabalho que por sua vez tinha o apelido de morcego.
Os dois papeavam animadamente acompanhados por algumas garrafas de cerveja já vazias é claro e um prato de petiscos que poderia ser qualquer coisa tostada e é lógico que cheio daquelas manchinhas que se mexiam, passeando no prato, pra lá e pra cá. Era ali mesmo o tão falado Mosqueiro.
- Gente o pessoal tá precisando de ajuda lá no escritório.
- Calma aí, a gente deu só uma saída rápida.
- Tá bom mas o tempo medido pela quantidade dessas garrafas de cerveja foi grande.
- Que nada!
Assim falou morcego, esboçando um sorriso e continuou:
- Aí, pega um copo e pede qualquer coisa pra comer.
Bem, beber não! mas vou comer qualquer coisa enquanto vocês pagam a conta.
E então chamei o rapaz que estava no balcão.
- Por favor moço, me dê um desses quibes aqui.
- Senhor isso não são quibes e sim ovos
E num movimento com a mão afastou as moscas.
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