ESTUDE E PENSE A VIDA COM FILOSOFIA
João Ferreira
Brasília, 18 de junho de 2009
O Brasil tem várias Faculdades e Institutos com cursos e currículos montados para estudar filosofia.Tudo preparado para ensinar e conferir a seus alunos os respetivos diplomas de graduação, especialização e pós-graduação.Após quase 40 anos, as disciplinas de filosofia e sociologia voltaram ao ensino médio. Isto por força da da lei 11.684, em vigor desde junho de 2008,e que torna obrigatório o ensino das duas matérias em todas as séries do ensino médio brasileiro. É uma revolução digna de um país que quer cidadãos formados e dotados de consciência crítica perante o acontecer social.
Nem todas as pessoas têm uma idéia dos serviços de formação e treinamento mental de que podem beneficiar com o estudo da filosofia. Na maior parte dos países socialmente avançados, a filosofia é estudada como uma disciplina que desenvolve a razão, o raciocínio, a capacidade de diálogo, o debate e a função crítica da inteligência. As escolas brasileiras de ensino médio e vários colégios de ensino fundamental (alguns deles têm filosofia no currículo)precisam de professores formados. Ora será bom observar que ter formação em filosofia não é o mesmo que ter curso superior e diploma. Você pode ter diploma e ser analfabeto. Por isso é preciso que além de um curso feito e de um diploma, você tenha cabeça, gosto pela leitura, afeição pelo debate crítico, conhecimento dos textos filosóficos de autores clássicos, modernos e contemporâneos. É preciso frequentar bibliotecas, livrarias e sebos, comprar livros, lê-los, pesquisá-los, fichá-los, escrever, participar de congressos e semanas de filosofia,ouvir e debater temas filosóficos em conferências e palestras, acompanhar as novidades de revistas filosóficas e publicações na área, conhecer as traduções em português de obras de autores estrangeiros, conhecer os autores e as escolas nacionais de filosofia, acompanhar o movimento editorial brasileiro em filosofia, participar de seminários avançados oferecidos por mestres preparados na matéria. Isto e muito mais. É necessário predispor o espírito para a exigência crítica, pedir tudo a você mesmo para que nada falte em sua preparação para a sala de aula, para ter condições e dignidade para ministrar uma aula, ou dirigir um seminário, ou aconselhar um aluno e responder a suas dúvidas. Lembrando-se sempre que ser professor é um ofício, uma missão, que pode ser desdobrada em diálogo, em transmissão de saber e sobretudo em formação e construção do saber individual para exercício na comunidade.
O Brasil prercisa de professores de filosofia. Esta é uma voz comum, saída na imprensa, e que tem fundo de verdade. Há carência de mestres em nossas escolas e cursos de filosofia. Oxalá que todos os candidatos a exercer esta função sejam candidatos que se animem a estudar e a se preparar convenientemente com a consciência crítica que os dispõe a ocupar dignamente a função a que querem se candidatar.
Para informação dos candidatos, diríamos que a bibliografia filosófica em Língua Portuguesa é hoje bastante abundante. Há muitas traduções das obras clássicas e modernas, tanto no Brasil quanto em Portugal. Há boas livrarias em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília e em outras cidades brasileiras. Há muitos textos de originalidade brasileira. Há muitas revistas, centros e movimentos em favor do estudo da filosofia e da preparação de professores para a função pública.
É necessário apenas que os candidatos a mestres, eles mesmos busquem esta informação, ou melhor informação, pessoalmente. Têm de sair da comodidade de achar que os livros que lhes oferecem informação são apenas os das bibliotecas das faculdades, geralmente carentes, pobres e limitadas. Têm de aprender a geografia da existência do livro. O verdadeiro candidato procura o conhecimento onde puder. Tem que ter vontade, desejo e faro para encontrar o livro que lhe faz falta. Nas Bibliotecas do Senado, da Câmara, na UnB, na Católica, no CEUB,nas Faculdades, Colégios, nos sebos da 406 e 409 Norte e nas livrarias. Se tiver dinheiro, na Livraria Cultura. Se tiver pouco, procure e compre onde puder. Há hoje algumas edições baratas e populares razoáveis como a Coleção Grandes obras do Pensamento Universal, onde o estudioso de Filosofia encontrará algumas das melhores obras de Kant, de Nietzsche, Augusto Comte, Voltaire, Stuart Mill, Descartes, Rousseau, Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, David Hume, Montesquieu e outros. Há também a coleção básica "Os Pensadores" da Abril cultural no mercado. Há muitas editoras brasileiras produzindo ótimas publicações em Filosofia: Martins Fontes, Vozes de Petrópolis, Editora PUC do Rio Grande do Sul, Zahar Editores, Editora Herder de São Paulo, Editora da Universidade de Brasília, Editora Martin Claret, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Companhia das Letras, Universidade Federal de Santa Catariana, Universidade Federal de Minas Gerais, PUC do Rio de Janeiro e tantas outras.
A divulgação em Filosofia está tendo seu ritmo também para o público em geral. Nas bancas de jornais e revistas encontramos revistas de informação geral sobre vida, obra e legado de filósofos importantes. Ou então temáticas ligadas a filósofos, concretamente. Por exemplo: Platão e a política. Novos pensadores -Orlando Bonafé usa Filosofia para crianças aprenderem o pensar autônomo. Hannah Arendt, Heidegger e os mistérios do amor. Poesia e Filosofia. Mente, cérebro e Filosofia. Kant e a Educação. Etc,etc,etc.
Quanto a Dicionários, temos também boas traduções de Dicionários de autores de fama internacional em língua Portuguesa: Dicionário de Filosofia de Niccola Abbagnano; Dicionário de Filosofia de Ferrater Mora; Dicionário basico de Filosofia de Danilo Marcondes e Hilton Japiassu; Dicionário de Filosofia de Gerard Durozoi. E outros.
João Ferreira
Brasília, 18 de junho de 2009 |
