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Artigos-->A Espiritualidade Em Cruz E Souza (Sinopse Velox) -- 14/06/2009 - 00:55 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130951688783825500
Cruz e Souza é todo espiritualidade quando transcende a agonia de ser negro, filho de escravos, pobre e autor de versos simbolistas de uma rara beleza poética. A palavra em Cruz e Souza, segundo Massaud Moisés, "ala-se, ergue-se, diviniza-se", universaliza-se em espiritualidade. É impressionante como ele consegue purificar pela sublimação poética, as humilhações: sua via-crúcis na Terra. Também conhecido como o "poeta dos Himalaias da intuição": aquele que atinge os mais altos píncaros do Simbolismo. O lugar solitário onde chegam apenas uns poucos privilegiados pela imaginação. Cruz e Souza fincou a bandeira de seu nome no ponto mais alto do Evereste da criação. Sua espiritualidade não se deve apenas aos poemas com nomes de personalidades da religião. Ela, a mística sobrenatural de sua versificação, emana de toda sua poesia: do "Cristo", da "Verônica", da "Ave! Maria!":



CRISTO



01Cristo morreu, ó tristes criaturas,A

02Era matéria como vós, morreu;B

03E quando a noite sepulcral desceuB

04Gelou com ele o oceano das ternuras.A



05Nunca outro sol de irradiações mais purasA

06Subiu tão alto e tanto resplendeu,B

07Nunca ninguém tão firme combateuB

08Da humanidade todas as torturas.A



09Morreu, que se ele, o Deus, ressuscitasse,C

10Limpa de sangue e lágrimas a face,C

11Os seus olhos tranqüilos, virginais,D



12Dons inefáveis, corações piedosos,E

13Tinham de abrir-se muito dolorosos,E

14Também chorando quando vós chorais!D



Os temas divinos estão presentes na poesia simbolista/sacra de Cruz e Souza. Neste primeiro quarteto o poeta lamenta a morte de Cristo e a perda do oceano de ternura que ele representava enquanto Salvador do mundo. Nunca os seres humanos verão outro sol tão radiante, outro sublime combatente dos tormentos que afligem a humanidade. E ao ressuscitar, os corações misericordiosos estariam abertos e vertendo lágrimas, chorando, ao ouvir chorar o coração humano.





AVE! MARIA...



01Ave! Maria das Estrelas, Ave!A

02Cheia de graça do luar, Maria!B

03Harmonia de cântico suave,A

04Das harpas celestiais branda harmonia...B



05Nuvem de incensos através da naveA

06Quando o templo de pompas irradiaB

07E em prantos o órgão vai plangendo graveA

08A profunda e gemente litania...B



09Seja bendito o fruto do teu ventre,C

10Jesus, mais belo dentre os astros e entreC

11As mulheres judaicas mais amado...D



12Ó Luz! Eucaristia da beleza,E

13Chama sagrada no Evangelho acesa,E

14Maravilha do Amor e do Pecado!D



Em "Ave! Maria..." ele saúda Maria, Mãe de Cristo, repleta da suavidade e da luminosidade do luar, lamenta sua dor em meio à coerência das íntimas e intensas ladaínhas, nas quais bendiz o fruto do teu ventre, Jesus, pelas mulheres israelenses, o mais querido. Comunhão, fascinação, encanto, luz da missão apostolar acesa, prodígio da veneração e da tristeza.



VERÔNICA



01Não a face do Cristo, a macilentaA

02Face do Cristo, a dolorosa face...B

03O martírio da Cruz passou fugaceB

04E este Martírio, esta Paixão é lenta.A



05Um vivo sangue a face te ensangüenta,A

06Mais vivo que se o Deus o derramasse;B

07Porque esta vã paixão, para que passe,B

08É mister dos Titãs a luta incruenta.A



09Se tu, Visão da Luz, Visão sagradaC

10Queres ser a Verônica sonhada,C

11Consoladora dessa dor sombriaD



12Impressa ficara no teu sudárioE

13Não a face do Cristo do CalvárioE

14Mas a face convulsa da Agonia!D



Em ?Verônica?, Cruz e Souza canta a dolorosa face de Cristo, a vagarosa Paixão, o martírio na Cruz. É o próprio Deus que verte seu sangue. Sangue de fenomenal grandeza, física, intelectual, moral, sobrenatural, um Titã na luta contra o mal. E a piedade de Verônica grava no sudário, não a simples face de Cristo na Via-Crúcis do Calvário, mas a configuração perturbada de sua flagelação, aflição e amargura.

Seu processo de espiritualização passa a impressão de que acredita na sobrevivência dos mortos, que esses serão ressarcidos à sua pátria original e verdadeira: a pátria das almas, das essências platônicas. Lugar onde reina o ?Absoluto?, o ?Transcendente?, e onde, afinal encontrará paz:



ANDA-ME A ALMA



01Anda-me a alma inteira de tal sorte,A

02Meus gozos, meu pesar, nos dela unidosB

03Que os dela são também os meus sentidos,B

04Que o meu é também dela o mesmo norte.A



05Unidos corpo a corpo — um elo forteA

06Nos prende eternamente — e nos ouvidosB

07Sentimos sons iguais. Vemos floridosB

08Os sons do porvir, em azul coorte... A



09O mesmo diapasão musicalizaC

10Os seres de nos dois — um sol irisaC

11Os nossos corações — dá luz, constela...D



12Anda esta vida, espiritualizadaE

13Por este amor — anda-me assim — ligadaE

14A minha sombra com a sombra dela.D
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