ITABERAÍ – HISTÓRIA E TRADIÇÃO.
O Povoado surgiu sob a devoção de Nossa Senhora da Abadia, nas terras da Fazenda Engenho do Palmital, do capitão-mor Salvador Pedroso de Campos, o fundador de Itaberaí. A denominação original de Curralzinho – ou Curralinho, como também ficou chamada posteriormente decorreu ao fato de ter sido a propriedade construída por um rancho e um curral anexo.
Com a criação de capitania de Goiás chegaram em companhia de Dom Marcos de Noronha alguns fidalgos, entre eles os irmãos Távora, um dos quais, Álvaro José Xavier de Távora, conde de São Miguel, que em 1775 assumiu o comando da província. Os irmãos Távora ocuparam as terras do alto do Vale do Uru, onde construíram duas estâncias. Em razão de uma geada que arrasou, com as pastagens, o gado fugiu para as várzeas do rio das Pedras. Era final do século XVIII. Para evitar que um certo Cabral se apossasse da área, o capitão-mor Salvador Pedroso de Campos, que já ocupava as terras do Engenho do Palmital, mandou construir outro Curralzinho, onde se erguia depois a Matriz.
O célebre naturalista francês Augusto de Saint-Hillaire percorreu um longo caminho dentro da então província de Goiás, quando visitou o Brasil no final do século passado. Foi em junho de 1819 que, dentro da rota que traçara para conhecer o interior brasileiro, chegou ao povoado de Curralinho, que então estava com 52 casas, e apresentava evidentes sinais de desenvolvimento.
Decorridos 20 anos de passagem do notório cientista francês, o povoado dá um importante passo no incremento do seu crescimento, desmembrando-se de Santana de Goiás. Foi elevado a município em 1868, mas a instalação só ocorreu em 1885. Em 1889, conquistou a condição de comarca de primeira entrância – a Comarca do Rio das Pedras. Em 1903, nos termos da lei 253, com data de 22 junho, foi elevada a categoria de cidade. Em 5 de Agosto de 1924, pela Lei n.º 762, passou a denominar Itaberaí, que significa em Tupi Guarani "Rio das Pedras Brilhantes".
O processo de povoamento e consolidação do município no contexto da economia estadual, ocorreu indiscutivelmente mediante a expansão da pecuária e agricultura, favorecidas pela predominância da terra de boa qualidade. Até a década de 1970 o arroz de sequeiro foi intensivamente cultivado, levando o município a ser um dos principais produtores desta cultura, contudo entrou em decadência, sendo paralelamente substituída pelo milho que apresenta a principal exploração agrícola do município.
O café, o fumo e o feijão, também foram explorados no decorrer da expansão do município, sem no entanto, registrar grande volume de produção de tais culturas. A cana-de-açúcar foi também explorada, abandonada pelo produtor como cultura com fins econômicos, passando a ser cultivada para tratamento de animais. Atualmente apenas 14% das terras estão ocupadas com lavouras temporárias. A pecuária prevalece como atividade básica, com as pastagens sistematizadas representando 51% das terras, destacando-se a pecuária de leite. A avicultura desponta como uma atividade complementar viável para o pequeno produtor que se conscientiza das vantagens advindas de sua integração. Esta opção do produto decorre fundamentalmente da estrutura fundiária do município, onde 77% das propriedades rurais, tem menor de 100 hectares possibilitando o incremento da cultura do milho, surgindo também a diversificação de culturas, tais como, a goiaba, milho doce e o tomate rasteiro.
ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS
Ano de criação: 1868
Localização: Messorregião: Centro Goiano
Microrregião: Anápolis - Distâncias: 92 Km de Goiânia e 318 Km de Brasília
O município de Itaberaí tem as coordenadas geográficas: latitude 16º01’13" (s) e longitude 49º48’47" (Ngr.)
Altitude: 701 metros ao nível do mar
Clima: O clima da região, conforme a classificação de Koppen é do tipo Tropical úmido – AW, caracteristicamente quente com verão chuvoso (setembro a abril) e o inverno bastante seco. O período seco, de 4 a de meses inicia em maio, indo até setembro.
As chuvas iniciam no verão e 80% caem de novembro a março, com precipitação pluviométrica em torno de 1750 mm.
As temperaturas médias altas, em torno 20 º C a 25 º C. A média das máximas varia em torno de 31,5 º C, e acompanham as diferenças de altitudes. A média das mínimas tem um abaixamento notável, em torno de 20,6 º C, e a média compensada em torno de 24,9 º C.
Há domínio absoluto da Equatorial Continental (Ec) de novembro a março que forma linha de instabilidade. As chuvas são constantes e só em ocasiões especiais é que há o retorno da alta tropical, trazendo seca e instabilidade.
O declínio da umidade relativa do ar, de maio a setembro é um dos fatores importantes da área, permanecendo abaixo de 70,0%.
Topografia
Plana 70%
Ondulada 25%
Montanhosa 5%
Área total: 1.476,3 Km², que corresponde a 0,43% da área do Estado.
Hidrografia:
Os rios principais que cortam o município são o Uru e Rio das Pedras.
Existem outros ribeirões como: São Domingos, José Manuel, Bugre, Padre Felipe.
Lagoas existentes: Sitio Grande, São João, Formosa e Lagoa Velha.
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS DE ITABERAÍ
No Estado de Goiás a população urbana e superior a rural, no município de Itaberaí a taxa é ligeiramente inferior à registrada no Estado. Tal situação reflete a característica predominante da atividade agropecuária como sustentáculo da economia local consubstanciado pelas mudanças do perfil da exploração rural, com ênfase para a pecuária leiteira que se fortalece, forçando uma permanência constante no campo.
O fator da maior parte das propriedades rurais serem constituídas por mini produtores, tem influenciado o produtor a permanecer na zona rural.
A taxa de crescimento demográfico (1980/1991), foi de (-0,41%), e densidade demográfica de 16,83 habitantes por quilômetros quadrado, indicando que no período ocorreu emigração para outras regiões, possivelmente para Goiânia, devido ao processo de conturbação.
Os extratos por faixa etária registram uma população com 55% acima dos 19 anos de idade na zona urbana e mesma proporção acontece na zona rural relativamente velha.
Isto confirma o processo de emigração do município da população pobre e egressa da zona rural, expulsa em decorrência do avanço da mecanização.
O processo de fuga ocorre em busca de oportunidades de trabalho.
Na falta de alternativa para amparar os itaberinos, a Grande Goiânia é a maior receptora de emigrantes do município, além de Brasília.
Da população total, 66% é alfabetizada, sendo que 73% tem menos de 34 anos, revelando segundo o IBGE (1991), que 34% da população são analfabetos, taxa considerada elevada para o município, que está qualificada como possuidor de uma infra estrutura educacional acima da média do Estado.
No que se refere aos domicílios, 69% estão na zona urbana e 31%, na zona rural, sendo interessante observar que 24% dos domicílios urbanos são ocupados por 4 pessoas, elevando-se para 26,4% na zona rural, confirmando a tendência de redução do tamanho da família em todo o País.
A condição de ocupação mostra que 57% dos domicílios rurais são cedidos, evidenciando que o avanço da modernização na agropecuária, configura uma situação que no futuro provocara êxodo rural.
A renda é baixa e altamente concentrada. Próximo de 85% dos chefes de família registram renda de no máximo 3 salários mínimos, sendo 1,6% possui rendimento superior a 15 salários mínimos.
As família em geral são pequenas, 83% tem no máximo 5 moradores, dos quais 66% com até 4 indivíduos.
População: IBGE 2000: 27.855 habitantes.
Censo Demográfico 2000
O Brasil possui 5.561 municípios, já incluído os 54 instalados em 1º de janeiro de 2001.
Brasil - 1940 população: 40 milhões.
1º de agosto de 2000 – população: 169.544.443.
Homens: 83.423.553
Mulheres: 86.120.890
Urbana: 137.697.439
Rural: 31.847.004
Taxa de crescimento 1991/2000: 1,63%
O Estado de Goiás possui 246 municípios, já incluído os instalados em 1º de janeiro de 2001.
Goiás - população total: 4.994.897
Homens: 2.487.814
Mulheres: 2.507.083
Urbana: 4.389.108
Rural: 605.789
Taxa de crescimento anual: 2,56%
Itaberaí - população total: 27.855
Homens: 14.118
Mulheres: 13.737
Urbana: 21.225
Rural: 6.630
Taxa de crescimento anual: 1,34%
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www.ibge.gov.br
Fonte: IBGE 2000
(agosto de 2000)
Fontes: SEBRAE-GO
BRUNO CALIL FONSECA
www.brunocalilfonseca.kit.net
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