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Artigos-->Vitórias e... derrotas! -- 02/06/2009 - 16:07 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Texto escrito logo após as Olimpíadas de Pequin, no 2º semestre de 2008. Como vocês poderão ver, em meados de 2009, continua atual. Principalmente alguns dias antes do início da Copa das Confederações na África do Sul.



Vitórias e... derrotas!

Carlos Claudinei Talli



Interessante! Como o futebol é um jogo emblemático. Quanto mais o tempo passa, mais me compenetro de que algumas vitórias, consideradas históricas no momento em que acontecem, a médio e a longo prazo se mostram verdadeiros desastres. O contrário também ocorre com algumas derrotas.



Senão, vejamos: as duas últimas finais de Copa América, em 2004 e 2007, ‘vitórias épicas’ sobre ‘los hermanos’, ambas conquistadas com o nosso 2º time, contra os titulares da Argentina, nos levaram a acreditar que continuávamos a praticar o melhor futebol do mundo, com um pé nas costas. Nas duas oportunidades tínhamos sido dominados quase o jogo todo, os nossos adversários tinham perdido uma infinidade de gols, e nós, na base dos contra-ataques, justamente porque jogáramos numa retranca de dar inveja ao mais pragmático técnico italiano, tínhamos aproveitado todas as poucas oportunidades surgidas.



A única vitória realmente merecida sobre a Argentina fôra aquela conquistada na Copa das Confederações, um ano antes da Copa do Mundo de 2006. Naquela ocasião, o Papai do Céu nos dera uma mãozinha e, com as ausências dos veteranos Cafu e Roberto Carlos e do ‘gordito’ Ronaldo, para descanso, jogáramos uma das nossas melhores partidas dos últimos 20 anos. Excluindo-se esse jogo, fazia ‘trocentos’ anos que não merecíamos ganhar da Argentina.



Agora, caro leitor, eu pergunto: você não trocaria aqueles dois títulos da Copa América, duas conquistas não merecidas, e de valor duvidoso, pela medalha de ouro das Olimpíadas, que nunca conquistamos? Principalmente se jogássemos um futebol semelhante ao mostrado em Pequim pelos nossos ‘hermanitos’?



Da minha parte, não tenho qualquer dúvida: eu não pensaria duas vezes. Trocaria sim! Aquelas duas conquistas sul-americanas apenas esconderam o que já estava na cara há mais de vinte anos: depois daquela esfuziante orquestra sinfônica de mestre Telê Santana, apesar de nem ter se classificado para as semifinais da Copa da Espanha, nunca mais o futebol brasileiro foi o mesmo. De 1990 em diante, então, se transformou na mesmice que nada acrescenta, apesar das conquistas de 1994 e de 2002. Pior ainda: a vitória na Copa América de 2004, com todo o ufanismo gerado, acabou desembocando num dos maiores vexames que este nosso pobre país rico conheceu, a pífia participação brasileira na Copa da Alemanha. Será que a de 2007, também ganha contra a Argentina, não está nos levando pelo mesmo caminho?



Em contrapartida, a derrota da nossa esforçada e criativa seleção feminina de vôlei para a Rússia, naquela fatídica semifinal das Olimpíadas de Atenas, depois de o placar mostrar 24 a 19 a nosso favor no set decisivo, nas mãos do competente José Roberto Guimarães se transformou no ponto de partida de uma sensacional recuperação, que culminou no ouro olímpico em Pequim. Aquela foi a derrota que, após 4 sofridos anos, se transformou na maior vitória do vôlei feminino brasileiro em todos os tempos. E uma atitude tomada pelo excelente José Roberto Guimarães foi decisiva. Antes do último Grand Prix, também conquistado pelo Brasil, a levantadora Fernanda Venturini se ofereceu para voltar à seleção e participar das Olimpíadas. O sábio treinador disse não, apesar de a Fernanda ainda estar jogando um vôlei de altíssimo padrão. Com essa atitude, o nosso técnico mostrou para as demais jogadoras que o grupo estava fechado. Assim, a auto-estima da levantadora Fofão foi elevada aos píncaros, e aos 38 anos de idade ela se tornou a melhor levantadora do torneio. O resultado não poderia ser outro: o ouro olímpico.



O que até aqui escrevemos mostra a diferença abissal que existe entre o nosso futebol e o nosso vôlei. Entre a CBV e a CBF. Enquanto aquela criou todas as condições para que o nosso vôlei, tanto o masculino quanto o feminino, descobrisse o jeito brasileiro de jogar e se impusesse ao mundo, essa, a CBF, transformou o nosso outrora vitorioso futebol numa vergonha nacional.



Após 1982, ano da última apresentação do verdadeiro futebol brasileiro em Copas do Mundo, não jogamos absolutamente nada. Na tentativa de imitar o futebol europeu, nos tornamos um monstro híbrido. Perdemos a nossa identidade, aquela maneira de jogar que encantava o mundo, e não conseguimos adquirir as chatas e previsíveis características dos europeus.



E o pior é que para nós, brasileiros, infelizmente, o fundo do poço sempre fica mais embaixo... E a próxima Copa do Mundo já está logo aí...

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