A SEMENTE DO AMOR
O amor que profilou no meu caminho,
Urge como uma semente no orvalho,
O destino não me quis sozinho
E os germens semeio-os no meu soalho.
As pingas frias da chuva,
Inundam a minha face quente,
Enregeladas pelo sumo da uva,
Proporcionando a minha semente.
Rogo para que a água transborde,
Para que a minha semente prospere,
Há muito que espero que ela aborde
E isso faz com que a minha alma desespere.
Que a luz do sol a ilumine,
Para que venha bela e viçosa.
E, o meu coração se mantenha firme,
Para a guardar numa prosa.
Docemente afável seja,
Alumie o meu caminho escuro,
Cobice o corpo que a deseja,
Sempre imaculado e puro.
Quero ver desabrochar a tua pele macia,
Inocular o perfume que emanas,
Mergulhar no teu corpo que me alicia,
E, entranhar no teu mar de chamas.
Outra semente é supostamente fecundada,
Sem brando, nem mácula e nem desonra,
Precedentemente outra vida é dada,
O que enaltecerá a nossa honra.
Imergirá do amor que foi proporcionada,
Também germinará e se tornará flor,
Docemente poderá ser colhida,
Pelas entranhas do impoluto amor.
Teixeira da Rocha |