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Poesias-->Ferro de engomar -- 27/08/2002 - 19:07 (Airam Ribeiro) |
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Ferro de engomar
Fogão de lenha quentinho
Na casa de tio Lavinho,
Lembro-me com saudades
Quando tinha pouca idade
Tomando café na cozinha.
Também lembro de uma tia minha
Que se chama tia Jaci,
Nunca mais eu fui ali!
Naquele pedaço de chão
Onde parte do meu coração
Barra da Estiva herdou,
Por onde eu for
Não esquecerei jamais
De tudo que ficou para trás,
E que se alojou na mente.
Nesse instante tão de repente
Os meus pensamentos vão,
Vendo minha mãe revirando o tição
Para poder dele tirar,
As brasas pro ferro de engomar,
Tira a cinza que está dentro
E pega o fole para fazer vento,
Enche o ferro de brasas acesas
E coloca em cima da mesa,
Perto das roupas amassadas
Para deixar todas bem passadas,
Porque a tarde tem procissão
Ato costumeiro do sertão
Feito com muito ensaio
Nas novenas do mês de maio.
O ferro de engomar esfria,
E a lembrança deste dia
Eu comparo meu senhor
Com as cinzas que ficou
Naquele ferro de engomar,
Pois tudo volta ao seu lugar
Quando voltamos a realidade
Vendo aí a eletricidade
Mostrar que o tempo não parou
Esquentando o ferro a vapor.
De: Airam Ribeiro
27/04/01
Itanhém Ba.
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