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Artigos-->A SEGUNDA E A TERCEIRA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL -- 05/05/2009 - 01:31 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A SEGUNDA E A TERCEIRA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

João Ferreira

5 de maio de 2009

Analisando a dinâmica do Brasil como Estado e como sociedade podemos falar de várias independências nacionais.

Dentro dos inúmeros aspectos que poderiam constituir o que chamaríamos de independência cabem aqui pelo menos três tipos históricos de independência. O primeiro deles foi a independência de 1822 que se sucedeu ao grito do Ipiranga. É a independência dita política em que o Brasil deixou de ser colônia e passou a constituir-se como um Estado livre entre as nações livres. A segunda, de acordo com o pronunciamento do Presidente Lula numa cerimônia no dia 1 de maio de 2009, dia dos trabalhadores, estaria se iniciando agora no momento em que se anuncia e comemora a primeira produção de petróleo na camada pré-sal do Campo de Tupi, em águas ultra-profundas da Bacia de Santos. Lula foi taxativo: “Esta é a segunda independência do Brasil".Dita desta maneira, a frase do Presidente foi o bastante para que todos os periódicos nacionais e estrangeiros passassem a falar da segunda independência do Brasil.

É claro que apesar de estarmos em sintonia com o festejamento do sucesso das gigantescas reservas de petróleo e gás do campo de Tupi e de muitos outros que há no Brasil, e apesar de entendermos também o muito que isso significa na economia do Brasil e nas relações multilaterais do Brasil com o resto do mundo, achamos que não devemos misturar as coisas. Petróleo é petróleo e independência nacional é outra coisa bem diferente.

Ao falarmos da segunda independência do Brasil, continuamos a pensar que foi a Semana de arte moderna que ocorreu no Teatro Municipal de S. Paulo em 1922 idealizada pelo pintor Di Cavalcanti e coordenada por Mário de Andrade que deu o verdadeiro e genuíno grito de independência do Brasil. Ela é de direito e de fato a segunda independência.A semana de arte moderna foi um movimento inicialmente estético, mas em seu conjunto representa um movimento cultural e social que rompeu com os padrões conservadores tradicionais e buscou uma modernidade identitária que a consciência brasileira perseguia por todas as formas desde 1822, sem entretanto o conseguir plenamente. A Revista Antropofágica, a revista Klaxon, o Movimento Pau Brasil, o grupo da Anta, o Verde-amarelismo e o Movimento Antropofágico desconstruíram a velha mentalidade que ainda grassava quando toda a Europa era modernista . Mário de Andrade com o realismo mágico de Macunaíma, e os autores do romance popular de 30 veiculador dos mitos da terra plantaram um neo-realismo e um modernismo que não recuaria mais. O país ganha identidade na cultura, na arte, no sentido da terra, na consciência dos destinos sociais e políticos. É o Brasil Moderno tipicamente cultural marcado pela unção da alma.É ele que constitui a segunda e verdadeira independência, uma independência fundadora, ligada ao espírito capaz de criar identidade que lhe estabiliza a alma e o viver social. O petróleo vem ajudar, sim, a melhorar as condições da economia brasileira. Mas é, como tantas outras riquezas do subsolo apenas um meio e uma base econômica de sustentação, nunca uma independência no verdadeiro sentido.



Mas há uma terceira independência, e esta está ainda por fazer. Seria aquela independência que podemos e devemos obter. E é nesta independência que esperamos se envolva o Governo do Presidente Lula ou outro Governo que se lhe siga. Essa independência chama-se a revolução cultural da educação. O Brasil precisa de um projeto radical de base que atinja estruturas e cidadãos. Um projeto que comece no jardim-infância e que represente um movimento educacional em escala. Educação obrigatória, programada e assistida que atue a um tempo só nos escalões da infância, juventude e adultos rumo ao desenvolvimento humano, tecnológico, mercadológico.

Um projeto que faça de cada brasileiro uma inteligência e uma emoção empenhados na constituição de uma sociedade consciente e livre que saiba viver com um nível de qualidade.

Está será a terceira independência. Esperamos por ela.



João Ferreira

05 de maio de 2009

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