Sem sentido me ouço pelo corredor e sigo o rumo do nada...
De repente você, diante de mim diz que me ama...
Assento a cabeça nas palavras,
Digo algo no silêncio, que até confesso não entender.
Ainda que me digas com os teus olhos,
Com os teus verbos, com os teus beijos envoltos de prazer, não me vejo em você.
As vezes quando a tarde caí,
As vezes quando a noite já se vai...
Me pergunto o que a conteceu comigo ?!...
Onde está o sentimento dos meus olhos ?!...
Sinto falta quando vais embora, contudo quando estás adiante me calo, nada digo, nada sinto...
Descarnecer a tua alma em prazer, em gemidos frívolos, cercear o teu querer, quando a hora extrapola os limites do teu proibido, diz apenas quem não sou.
Não sei se é um jeito de amar...
Não sei o que é que há... Mas continuo a procurar em paralelo alguém pra ficar.
Parece absurdo quando me interrogas, querendo saber dos meus verbos um pensamento de saudade, um carinho sem idade, um beijo gostoso de levar à boca a necessidade louca, de um outro e mais outro, e mais outro...
Parece absurdo sentir o meu homem envolver a tua mulher, satisfazendo a tua fantasia vontade.
Preciso do meu coração.
Já nem sei pisar no chão.
Nessa cidade me sinto sufocado, sem resposta a essa polaridade que avilta os meus sentidos.
Procuro no tempo de um espaço que invento, um amor que nem eu sei da sua existência.
Por isso talvez explique a minha tímidez,
A minha insensatez,
Esse meu desejo vôraz pelas sombras que habitam os segundos, nos cantos escuros das ruas que passo, das vidas que eu quero viver.
Onde está o meu amor ? Em mim ou em você?!... |