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Artigos-->TRISTES TÓPICOS -- 19/04/2009 - 10:32 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


TRISTES TÓPICOS



Francisco Miguel de Moura – Escritor brasileiro, membro da Academia Piauiense de Letras, email: franciscomigueldemoura@superig.com.br





O título lembra “Tristes Trópicos”, nome da obra sociológica famosa do escritor francês Claude Lévi Strauss, que naturalmente tem como referência o Brasil, senão também outros países da América. E, em meu pensamento de poeta, fui repassando devagar o que poderia ser enquadrado, no momento e em nosso contexto, dentro do título ligeiramente modificado do livro do francês. Foi então que me lembrei do nosso Carnaval e dos concursos de Miss Brasil. Claro que não há nenhuma relação, no geral, entre as duas festas, mas se colocada uma lupa naquilo que são e ninguém vê, naquilo há por trás de tudo e ninguém toma conhecimento, vemos que os dois eventos têm muito do nosso Brasil sem rumo.

Comecemos pelo Carnaval. Em si, ele é uma festa de exportação do nome Brasil, que também rende muito para os cofres nacionais com o que se consome internamente. Não muito neste sentido é o concurso de misses, pela palidez desse acontecimento que foi grande e importante no passado e agora parece nada em relação ao Big Brother Brasil – onde só se vê exploração do sexo e dos baixos instintos da natureza humana, tudo como pretexto ou fórmula de descoberta de artistas. Na verdade, quem lá se inscreve busca um prêmio fabuloso, em dinheiro. No geral são uns mal-educados, quando não desequilibrados sociais. No Carnaval, as máscaras, a feiúra, porém com música e dança – duas belas artes; no Concurso de Miss, a beleza em figura, finura e educação. Isto mostra, o quê? Que a beleza ou a feiúra nem sempre são fundamentais, como nos disse o poeta Vinicius de Moraes. Fundamentais para quê?

Concretamente, no Carnaval de Teresina, este ano, o “novo” que se viu foi um bloco com o nome de “Ô Povo Fêi”, organizado por Deusdeth Nunes, o Garrincha. Realmente, uma coisa que estava faltando. Nosso povo é baixo, magro, subnutrido, acanhado e feio. Mas não era o bloco dos feios. Eles estavam fantasiados como todos os carnavalescos. Povo feio era o que ficava na Avenida a ver-se no bloco do Garricha. E se viu muito bem representado. Espelho contra espelho.

Também em nossa Capital há, anualmente, graças aos esforços do jornalista e cronista social Nelito Marques, o concurso de misses que concorrem ao Misse Brasil. Tudo é mal divulgado no jornal e na tevê, no rádio e na rua. Será por falta de dinheiro? E por que se tem dinheiro para tudo e falta para a beleza? A beleza e também a virtude da singeleza e da quase humildade das moças que a eles concorrem, embora cultas: – A que ganhou o título no Piauí, 2009, Vanessa Barros, está matriculada na Universidade Estadual do Piauí, onde cursa Fisioterapia. Com relação ao bloco carnavalesco do Garrincha não se soube nada: - Se ganhou algum título, se a música e a letra foram classificadas em algum lugar. Poucas páginas dos jornais anunciaram e sem destaque. Com relação ao concurso de misses, o mesmo desânimo do rádio, do jornal e da tevê. Não se sabe quais as cinco finalistas, os nomes e por qual município ou cidade concorriam. Imaginem-se as fotos, os nomes da outras!... No blogue “a bodega do camelo”, em 04-02-2009, registrei notícia baseada em jornal do interior, sobre uma garota da minha terra, Francisco Santos, de nome Juliete Silva, que estaria concorrendo ao Miss Piauí, e ilustrei com a foto. Depois, ninguém soube mais nada: Se desistiu, se foi adiante, se chegou a finalista. Nem origem, nem nome nem foto.

Diria, para finalizar, que são dois tristes tópicos e não dois “tristes trópicos”: – o bloco do Carnaval e o concurso de Miss Piauí – fazendo o trocadilho com o nome do livro de Lévi Strauss – o que não deixa de valorizar este artigo. E nada mais.



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