Lembro muito na minha infância
A figura forte que eu admirava
E na beira da calçada conversava
Coisas, as vezes, sem importância
De tarde na cidade de Petrolândia
Sempre ali, para o que der e vier
Até o fim, foi uma grande mulher
E fui descobrir vendo seu jeito
Gente assim, deus dá o direito
De deixar a vida quando quiser
Sabia muita da vida no sertão
Viu tudo que alguém pôde ver
Pois na vida, aprendeu a viver
Sabias todas as história da região
Falava que já encontrou lampião
Ela não era uma pessoa qualquer
Seu coração o amor que puder
Merecia, e merece todo respeito
Gente assim, deus dá o direito
De deixar a vida quando quiser
Se foi deixando muita saudade
saudade de alguém que admiramos
partiu depois dos seus cem anos
se foi com ar de paz e serenidade
o que disse ao meu pai era verdade
digo de novo, pra ouvir quem quiser
muita gente não chega em seu pé
e trago uma certeza dentro do peito
dona Afonsina, Deus te deu o direito
De deixar a vida quando quiser