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Artigos-->Academia (*) -- 20/02/2009 - 14:40 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Academia (*)





Não sabemos com que intuito uma academia nacional de letras se arroga o direito de impor o sistema ortográfico (**) do país quando ela publicamente se mostra para isso incompetente com indicar um "office boy" para a tarefa e depois endossar-lhe todas as tolices e contradições.





Entre outras tolices e contradições, existe esta de o nosso vocabulário oficial impor que se grafe "decerto" por "de certo".





Não conseguimos aí ver nem "uniformização" de proceder, nem "correção" de forma, nem "simplificação" de grafia. Só existe aí, para usarmos palavra eufemística, "leviandade". Lá junta, aqui separa; lá diz que é advérbio, aqui esclarece que é locução adverbial e, ainda mais engraçado, adverte que não se deve confundir

"decerto" com a forma "disserto" do verbo "dissertar".





A quem diz: "É absolutamente necessário acatar a autoridade da Academia Brasileira de Letras nas questões de linguagem" é necessário responder logo: "A língua portuguesa é, como todas as outras, instrumento de trabalho e não finalidade. É absurdo pretender que, acima de interesses coletivos de uniformização, pairam caprichos individuais e esquisitices de alguns pedantes".





Tão "individuais" e tão "de alguns" a ponto de os próprios acadêmicos não seguirem nem saberem seguir a reforma do sacro recinto. Não devemos igualmente esquecer-nos de que acadêmicos existiram que foram aprender protuguês e justar seus professores particulares depois de iniciada a série de obras que lhe deu nome e facilitou o ingresso na Academia. Isto mesmo porque houve quem lhes abrisse os olhos dizendo: "Acho bom que você, não ostante ter vendido quinze mil exemplares do seu romence, estude um pouco mais de português."





Dos hífens o consulente ainda está livre, pois não cogitou da forma de-certo. Tire do meio o empecilho e continue, seguro, o caminho: "de certo", "por certo", "de cima", "por cima", "em cima", "de repente", "de pressa", "por fora", "por baixo" etc.





________

(*) ALMEIDA, Napoleão Mendes de. [1911-1997] "Dicionário de Questões Vernáculas". São Paulo (SP): Editora Caminho Suave, 1981, pp. 73 e 74.



(**) Logicamente, o mestre se referia à reforma ortográfica de de 1971 (Lei 5.765, de 18 de dezembro de 1971). Imaginem o que diria, se ele estivesse vivo, da atual (confusa e não esclarecedora) que temos de engolir.



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