AO MESTRE ALMIR ALVES
Seguindo em frente, no trilho
Que me aponta a razão,
Vou acionar o gatilho
De minha inspiração
E, completando o estribilho,
Ao mestre Almir Alves Filho
Estendo aqui minha mão.
Se obtive aprovação
De um cordelista famoso,
Que disse na ocasião
Ser meu cordel generoso,
Com grande satisfação,
Digo-lhe obrigado, então,
Pelo seu gesto amistoso.
É num mestre talentoso
Que de fato eu me encosto
E, para ser engenhoso,
No seu estro eu aposto;
Sem pose de acintoso,
Persistente e não teimoso,
De versejar não desgosto.
O que em versos eu mostro,
Cumprindo com meu destino,
Está escrito no rosto
Do nortista e do sulino,
Com esmero é composto
Para ter aquele gosto
Do bom cordel nordestino.
Aprendi desde menino
Apreciar obra que preste,
Escrita com muito tino
E que do verde se veste;
O amarelo é genuíno
E o branco da paz é um hino
Sob o manto azul-celeste.
Falou-me o Cabra da Peste,
O grande Almir Alves filho,
Que eu já passei no teste,
Mas se me faltar o brilho
Que paira sobre o nordeste,
Ouvindo a voz inconteste
Superarei o empecilho.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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