Centenário do homem-poeta mineiro
Tinha uma pedra no meio do caminho
Donde um anjo torto, gauche na vida,
Filho de família, bebê novo no carrinho
Saiu para fazer da poesia sua doce lida
E, no vasto mundo onde Raimundo é rima
Apenas e não seria uma solução, o poeta
Faz da vida, do mundo sua matéria-prima
Tornando a normalidade uma obra seleta
É num verso vivo de uma vida inteira
Que o homem de Itabira, de ferro, orgulhoso
Faz a pena correr doce na folha faceira
É na sétima face do poema sem maldade
Que bradam a lua e o conhaque cheios de gozo
"Viva Carlos Drummond de Andrade!"
Francisco Libânio
02/10/02
12:00 PM |