Para refletir, amiga Lilith e outros.
“Uma das facetas do Anticristo é, como vimos, a dimensão do “falso profeta”. A dissolução doutrinal, mais do que as perseguições, é a maneira que se tem demonstrado mais eficaz para atuar contra Cristo e seus seguidores”. (... ) Ao falar de impostores que proíbem o casamento e o uso do alimento que Deus criou, o apóstolo Paulo refere-se ao gnosticismo, uma heresia que surgiu já nos primeiros tempos do cristianismo, sob a influência de doutrinas vindas da índia e da Pérsia e que se encontravam bastante difundidas no ambiente pagão greco-romano. Sob diversas roupagens, o movimento gnóstico foi uma corrente que subsistiu ao longo de todos os séculos cristãos. Entre outros, gerou o movimento Rosa-Cruz, o espiritualismo inglês e o francês de Allan Kardec, a teosofia de madame Blavatski , além de uma série de sociedades e seitas mágicas, ocujltistas, neo-pagãs, satânicas, etc. Por que essa atração, pergunta o autor: “..o gnosticismo apresenta uma série de doutrinas comuns: Deus é concebido como idêntico ao Universo, como “Energia” ou “Alma Cósmica” ou “grande Todo”; a matéria seria princípio de todo o mal; a alma humana, tendo pecado quando era ainda um espírito puro, estaria desterrada neste mundo, que seria uma prisão e um castigo do qual precisaria libertar-se em sucessivas encarnações; essa libertação se daria por meio de uma “Sabedoria Superior”, oriunda do Antigo Egito, da Índia, do Tibet, da Milenar Sabedoria Oriental, de espíritos superiores, aí incluído o próprio Cristo. O atrativo dessas doutrinas é inegável. “Se o mal no homem é produto da matéria, do corpo, precisa ser combatido com uma série de práticas materiais. (vegetarianismo, ioga, cristais, aromas, etc.) . O pecado confunde-se com a doença. E deixa de ser responsabilidade do homem. “O inferno é diluído na série maior ou menor de encarnações, o que permite adiar indefinidamente as decisões morais. Mas o pior desses ensinamentos é a sensação que atrai ao gnosticismo: o orgulho vaidoso de sentir-se “eleito”, um “iniciado”, um “sábio”, separado dos demais “ignorantes” e “imperfeitos”. Uma armadilha perfeita para os pseudo-intelectuais, e acrescentaria, para os fracos de espírito, que se valem do prazer pelo prazer, finito, sem grandes preocupações com o antes e o depois. O imediatismo da vida. Ainda que sem perspectivas futuras. De encontro aos mais fundamentais conceitos da biologia.
“A influência do esoterismo e do ocultismo antroposófico no Terceiro Reich, que aliás se propôs a restaurar o antigo paganismo germânico, vem sendo estudada de maneira crescente. (...) Por fim, merece mencionar, dentre os anticristos, o nome de Friedrich Nietzsche (1844-1900), uma personalidade frágil, que a partir de 1889 perdeu definitivamente a razão, não foi mais simplesmente “um louco”, uma vez que suas obras começam hoje a estar de moda nas Universidades do Ocidente. “Revoltado com o protestantismo liberal em que se educou, Nietzsche foi sobretudo um destruidor. Não elaborou um sistema de pensamento, pois é por demais contraditório e confuso para isso”. Seus amigos filósofos costumam dizer: “As idéias não são grande coisas, mas que estilo!..”e os literatos diziam: “ estilo não presta para nada, mas que idéias!...”.
ACHAR, EM VEZ DE SABER
O SUBJETIVISMO É MUITO SIMPLES DE MOSTRAR E MUITO PERIGOSO DE PRATICAR.
Dentro da epidemia do subjetivismo, a forma mais perigosa da doença é aquela na qual as pessoas julgam agir baseadas em “razões profundas que, na realidade, “outra coisa não são que os seus desejos e interesses egoístas, enfeitados com óculos intelectuais e travestidos de razões.”
Vivem pensando em satisfazer seus desejos. E por isso pensam mais ou menos dessa maneira: “Sinto que é um dever de consciência não pôr mais filho nesse mundo”. “Por isso não penso em constituir família”. “Não me pesa na consciência andar com outras mulheres quando viajo a serviço, porque a “minha opção fundamental” continua a ser pela minha mulher.” E no campo profissional: “”Acho válido carregar propina, se não outro vem e pega”. E, finalmente, para a pergunta que se faz em relação aDeus: por que Ele não aos meus pedidos? Quem responde é São Francisco:
“No meio da multidão dos males deste mundo, não nos sobra outra esperança senão clamar na oração, crer e manter firme o nosso coração, não apesar, mas porque o nosso Pai não nos dá...o que não nos convém. Nós sabemos o que desejamos, mas ele sabe o que nos convém. Pedimos e não nos foi dado o que pedimos? Tenhamos a tranqüila certeza de que, se fosse melhor para nós, nosso Pai no-lo teria dado.” Tomemo-nos a nós mesmos por exemplo. O que são os nossos filhos com relação a nós, na sua inexperiência das coisas humanas, isso somos cada um de nós com relação a Deus, na nossa ignorância das coisa divinas”.(...) Se um filho nos pedisse uma faca, embora chorando às lágrimas, não o daríamos, para o seu próprio bem.
Há dois tipos de bens: os temporais e os eternos. Saúde, riquezas, honrarias, amigos, casas, filhos, enfim. São bens passageiros. Os eternos consistem na própria vida eterna. “Na incorruptibilidade e na imortalidade do corpo e da alma”. Os bens temporais, às vezes, nos são de proveito e outras vezes nos fazem mal. Usemo-los com moderação e consciência. M as não nos descuidemos dos bens eternos.
Domingos Oliveira Medeiros
30 de abril de w2002
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