Lançadas pétalas ao vento,
revoam versos,
aspergindo o amor em poesia.
No peito, o talismã,
o laço de união,
tocado por teus lábios.
Ergue-se a espada da dúvida
e o carrasco do tempo,
abrindo fendas,
por onde escorrem
o sangue e a lágrima.
Momento de guerra.
Na busca da paz, o amuleto
- amor -
sintonia com os versos,
fases,
dias de sorriso e esquecimento
... outras praias.
Mas as pétalas voam
- penas -
atingem as vagas,
elevam vontades e pontes,
revoltam mares.
Trêmula de medo,
olho ao redor
e agarro os lamentos,
arremedos de lembranças,
entre o sono e a vigília,
sem saber se vivo ou divago,
se me dano ou faço um poema.
Ao lado do silêncio
e das tuas pernas inertes,
há o palpitar quente
desse sangue intacto,
que me derrama em ti
a cada nova aurora,
a cada novo despertar.
Sempre será tempo
de te esperar.
Lílian Maial |