Não existe o que julga ser a dor vencível, pois ela veio antes da humanidade. Ela é uma flor a espetar com seus acúleos geograficamente dispostos. Ela é alguém que caminha sem destino onde o tino já não bate como os sinos das catedrais anunciando um cortejo fúnebre. Ela é a elegância do sofrimento contido sabidamente disposta a resignar toda ausência, sem qualquer clemência, pois conhece muito bem o lugar para a qual foi recrutada. Sabe sem sentir e sente sem saber. Ao nascer, grita aos berros a angústia de fazer parte do mundo insano, cruel e analgesiado. Ela é torpor e sonolência, também é resistência dos que a ela sucumbem, acreditando ser vencedor.