D. Lúcia ligou para o seu marido no trabalho e disse: - Bertô querido, a hora que você sair dai, dá pra você trazer um bom raticida. A casa está infestada de ratos!
- Tudo bem!
Sem dá muita importância aquilo que achava neuras da mulher, não ligou e saiu.
Quando estava chegando em casa lembrou-se do raticida.
Como pega o ônibus de volta iria comprometer todo o seu almoço, foi no Sr. Manduca.
- Sr. Manduca!
-Hã!
- O Sr. tem algum raticida pra vender. A mulher cismou que tem ratos em casa e se eu não levar ela ira falar até a semana que vêem!
- Sr.Bertô temos esse que o rapaz trouxe ontem. Nunca usei, nem sei se é do bom.
- Tudo Sr. Manduca, farei o teste e depois lhe digo!
Assim o Sr. Bertô chegou em casa e evitou a pertubação da sua mulher.
A noite chegou e o Sr. Bertô já estava de volta assistindo o jornal da noite, quando a mulher o chamou pra colocar no quintal.
Colocou nos cantos, na casinha do Marone, que dormiu dentro de casa e pelos muros.
Quando o dia se fez atráves dos cantos de louvores dos pássaros. Levantou-se logo o Sr. Bertô pra fazer o café e deu uma expiada curiosa no quintal, pois que lembrou-se da confirmação que teria que fazer ao Sr. Manduca...
Meu Deus! Isaura!...
E abriu a porta junto com a mulher e num susto, viu em seu quintal mais de vinte gatos mortos e nenhum rato.
Era gato duro no girau, gato no muro, gato quase chegando no poço, gato sobre a casinha de cachorro, gato na goiabeira e tantas e tantas posições que o homem ficou estonteado.
Mais que depressa, junto com sua mulher, arrumaram uns sacos e foram ensacando um a um os pobres gatos, que deu aproximadamente uns cinco sacos de cinco bichano.
E isso antes que os vizinhos dessem falta ou mesmo, que algum vizinho abelhudo olhasse em seu quintal e visse aquela gatificina. Iam pensar que ele estava biruta. Talvez quisessem até linxá-lo.
Às sete em ponto estava ele e a mulher a carregar os volumosos sacos pela rua...
Bom dia vizinho! Dizia D. Maria da janela.
Bom dia! dizia o padeiro,
Bom dia! respondiam ambos a todos.
Até que encontraram o Sr. Manduca.
Bom dia Sr. Bertô. Serviu o veneno!?
Confesso que ainda não coloquei o veneno!
É ele é muito teimoso! Disse, meio que amarela a D. Isaura.
A proposito arrume um gato, quem sabe ele não resolverá o seu problema! Disse o Sr. Manduca. Que em seguida perguntou:
- O que vocês estão levando ai?!
Estão de muda?!
Não senhor, só vou levar essa infeliz pra ver a mãe dela!
Ah!...
Você não viu o Bibito!?...
Quem é Bibito SR. Manduca!?
Ah! é o meu gatinho! Toda a manhã ele me acorda pra tomar o leitinho dele, só que hoje ele não apareceu!
Acho que devem está no cio, pois esta manhã não vi nemhum gato miando!
E os dois seguiram calados até a parada, onde pegaram um taxi e seguiram à estrada. E pra lá deixarem aquela quantidade de gatos mortos, que o motorista distraído nem fez questão de verificar.
Quando os dois chegaram de volta a mulher ficou na casa da sogra e o marido seguiu para o trabalho mais aliviado.
Pensando alto:
Que dia engatado!...
