Leitura do livro da Saudade segundo o Evangelho Bidiônico
Saudade do tempo de criança em que a imaginação e as brincadeiras representavam a esperança de uma vida pela frente sem barreiras ou obstáculos. Saudade da época das quedas, do jogo de futebol às margens da Lagoa Manguaba e do pescar em meio aos pescadores. Saudades do andar de bicicleta e dialogar com as paredes na imaginação infantil da simples conversa em que tudo se resolve. Saudades, das idas e vindas em épocas de férias, saudades de assistir ao Rin tim tim, Daniel Bone, saudades...
Saudades em que os problemas tinham menores proporções e não machucavam tanto quanto observar e assistir a decadência à volta dos que outrora me guiavam e transmitiam seus ensinamentos. Saudades de tudo que se restringe à lembrança dos dias que nunca irão retornar, pois a vida é uma estrada infinita de diversos trilhas.
Saudades do que nunca poderei viver e do que deixei de viver. Saudades, com as malas leves cheirando e essência de todos os tempos sem vida. Saudades do adeus que não dei e do sabor que não experimentei. Saudade da saudade que não existe. Saudade da companheira saudade.