"cilada"
o vento uiva, assovia,
reina o silêncio,
orbita a paz e a glória,
limpa o espaço e afasta o quentão
dos fogos das trevas.
Seus cabelos abraçam meu corpo,
meus músculos rígidos,
perdidos no enferno...!
- Sossobram nas chamas
presos no seu pensamento,
e seus olhos,
profundos no firmamento
penetram na sensibilidade
de meu corpo.
O seu olhar,
no fundo da sua vaidade,
da sua verdade, me deseja,
meu lindo ser despojado,
atordoado, deitado,
e busca nas angruras
do sangue vermelho,
e na vista do seu desejo,
escravo do seu caminho,
na ânsia de seu amor,
de não perdê-lo, e lhe amar,
não na sua cobiça,
nem na sua cilada,
mas sim na luz de minha vida,
farol do seu rumo,
vida de fé, vida concreta,
que pintou, me gravou,
me acenou pra humanidade,
imaginou um homem numa armadilha,
prêsa fácil de sua cilada,
porem, mas sim,
o salvamento de uma alma perdida
agonizante sem amor.
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