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Cartas-->26. SAMUEL -- 14/08/2002 - 06:28 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Nem sei como foi que cheguei à colônia. Devido à origem judaica da família, da parte de pai, com a devida conversão de mamãe, deveria ter sido resgatado, assim que cheguei, pelos representantes israelitas, que mantêm muitas colônias sob a estrela de Davi, onde estudam a Tora, o Talmude e a Bíblia, preparando os reencarnes com zelo e disciplina.

Como sei? Lembro-me perfeitamente de ter freqüentado os estudos ali, antes da última peregrinação à carne.

Como vim a me inteirar depois, existe convênio entre as diferentes instituições no etéreo, segundo o qual cinco por cento das entidades devem passar pelo aprendizado elementar em outro educandário. Firmou-se o contrato, visando a criar individualidades capazes de interpretar as leis cármicas, segundo pontos de vistas diferentes, com o duplo intuito de adaptar as diretrizes e cânones à verdade cósmica, como também para a formação de lideranças positivas, no reconhecimento elementar de que ninguém é perfeito e de que todos devem buscar incessante aperfeiçoamento espiritual.

Dentre os escolhidos para o intercâmbio, dá-se preferência aos que morrem jovens, pois se predispõem rapidamente à recuperação da consciência perispiritual (se não estiver ofendendo os princípios kardecistas), de sorte a se enfronharem nos conceitos novos, com a desenvoltura dos cérebros infantis, ou seja, mais facilmente impressionáveis, para a aquisição das noções desconhecidas.

Claro está que nem todos os desencarnados jovens estão aptos a essa novidade conceitual. Será preciso estabelecer, primeiro, que tenham desenvolvimento considerável no campo da moralidade, para não ficarem pendentes de resgates coercitivos, o que os obrigaria a voltar-se para os familiares ou para os adversários.

Todas estas considerações estão sendo propostas a partir das aulas a que assisti recentemente, já que cheguei muito ignorante das teses do Espiritismo, preso que sempre estive, de acordo com a memória despertada, aos clãs hebraicos.

Apesar de tudo, não tenho saudade acendrada dos antigos companheiros, tendo estabelecido como premissa, para que concordasse com a estadia aqui, que deveria visitar os parentes encarnados e os amigos da outra colônia. Mas não precisava preocupar-me, que os tópicos constam do contrato e se constituem em deveres e não direitos, propriamente ditos.

Essa liberdade de ir e vir nos põe à vontade para o enfrentamento das adversidades conceituais, já que, se tivermos necessidade de freqüentar as antigas companhias, imediatamente recebemos a escolta mais conveniente e nos pomos a caminho.

No primeiro mês, voltei duas vezes a encontrar-me com os velhos conhecidos. Faz, entretanto, mais de ano que não peregrino para fora da colônia, perfeitamente entrosado com os colegas, na área de estudos e trabalhos.

Talvez sinta certa nostalgia dos folguedos tradicionais israelitas, os mais ligados ao espírito de religiosidade da gente (se é que posso falar assim, diante da tese de que todos somos irmãos), mas vou levando, sem sacrifícios, os compromissos, para não desestimular os bolsistas e para corresponder aos anseios dos venerandos rabinos.

Talvez a informação de como se deu a transposição para o etéreo possa adquirir utilidade. Vim através de cirurgia mal programada, vítima de choque anafilático. Foi, portanto, inteiramente acidental, do ponto de vista terrestre. Mas não descarto a possibilidade de estar sendo muito mais importante para mim e, quem sabe futuramente, para o meu pessoal, esta transição pelo norteamento kardequiano.

Haverá quem, muito acima, em esferas de adiantamento espiritual superior, esteja a manipular os cordões do destino, para facultar aos seres ignorantes oportunidades de crescimento que eles mesmos não se dariam, por desconhecimento das possibilidades?

Fique a perquirição para que se especule a respeito, já que não tenho qualquer comprovação de que o fato seja verdadeiro. Sobre o que me interrogo, constantemente, é quanto à presunção de livre-arbítrio. Como, porém, sempre pertenci a grupo muito fechado em torno de ideais comuns, aceito, com muito mais facilidade do que os da turma, que se possa avançar na existência, através de padronização de procedimentos estabelecida em nível angélico.

Fique claro para o leitor que estas apreciações estão a demonstrar que não se me inibiu o desejo de compreensão da verdade e que respeito e acato as deliberações das entidades que, presumivelmente, estão a me guiar rumo à casa do Senhor. Sei, por toda a experiência que carrego, que, sem assimilar os pontos essenciais da verdade, não caminharei para a esfera seguinte. E isso só será atingido por quem firmar os princípios das leis mosaicas como normas integradas à personalidade.

Eis que se me revela a necessidade de estabelecer o que é perene nos regulamentos do judaísmo, a partir do decálogo. Sob esse aspecto, minha estadia está sendo preciosíssima, pois absorvo as noções proclamadas por Jesus e as trazidas pelo Espírito de Verdade, confrontando-as com a sabedoria do “Velho Testamento”.

Sei que estou apenas raspando de leve a primeira camadinha de gelo de imenso “iceberg”. O tema da mensagem daria para preencher muitos tratados, na inevitável exegese de todos os aspectos existenciais, segundo a ordem de importância, em cada roteiro canônico ou doutrinário. Como, entretanto, a intenção é de mostrar como se dão os estudos da turma, com o fito de preparar os encarnados para o enfrentamento das futuras tarefas, penso ter realizado a contento a demonstração.

A certeza que se adquire, após algum tempo de estudo em colônia diferente, é que o passo seguinte conduzirá a todos ao mesmo círculo evolutivo, o que desfará as seitas, as raças, as culturas e todos os princípios que possam diferenciar os seres, nesta esfera tão próxima da Terra. Isso nos faz pensar no quanto atrasados estamos, embora sejamos capazes de pensamentos sublimes e de atos humanitários de caráter superior.

Que estas simples manifestações, tão pueris quanto bem intencionadas, venham a provocar, no espírito dos leitores, reações agradáveis do ponto de vista da deflagração de estudos e atividades em que as virtudes da fé, da esperança e da caridade sejam as molas propulsoras. Se fosse possível colocar, em passe de mágica, sob os olhos dos amigos, materializadamente, o intenso desejo da turma de ser útil, de ser digna, de ser convincente, haveríamos de fazê-lo, com total boa vontade, para que pudesse haver melhoria moral, paz, amor, solidariedade, fraternidade, alegria, cooperação entre todos.

Qualquer dia, chegaremos lá!

Felicidades, irmãos!

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